Revelando-se preocupada com a longa estiagem que assola o semiárido sergipano, a senadora Maria do Carmo Alves (DEM) apelou para que os governos federal e estadual adotem medidas urgentes que possam minimizar os efeitos desse fenômeno que a cada ano se agrava e deixa um rastro de grande destruição.
“A situação está muito caótica. Estive conversando com lideranças políticas do sertão do meu Estado e fiquei muito preocupada com o quadro. É preciso liberar recursos para minimizar os efeitos dessa longa estiagem, a mais dura dos últimos 30, 40 anos”, afirmou a senadora, observando que há prejuízos homéricos para os agricultores que têm perdido as suas safras e comprometido o sustento das suas famílias.
A senadora observou que em Sergipe, 18 municípios decretaram estado de emergência e no país já são quase dois mil em situação bastante delicada. “Temos recebido em nosso gabinete, em Brasília, vários prefeitos com a mesma reclamação: falta de recursos para tentar reduzir o drama de centenas de famílias que não têm água, sequer, para beber. A ajuda levada, através de carros-pipa, têm sido insuficiente para atender a demanda”, afirmou Maria do Carmo.
A democrata destacou que, apesar da intenção de minimizar os efeitos das intempéries naturais, até agora, só uma pequena parcela do orçamento federal foi efetivamente utilizado para essa finalidade. Maria do Carmo contou que o orçamento disponível para ações de prevenção e resposta a desastres, referente especificamente ao ano de 2012, deve contar com algo em torno de R$ 2,5 bilhões. Esse valor será distribuído em três programas.
Os programas são o de Prevenção e Preparação para Desastres, que terá investimentos de R$ 140 milhões; Resposta aos Desastres e Reconstrução, cuja previsão orçamentária é de R$ 337 milhões; e Gestão de Riscos e Resposta a Desastres, que conta com R$ 2,1 bilhões. “A despeito de todos os problemas e de todo esse montante previsto, apenas 11,2% do valor total foram pagos até a primeira quinzena deste mês”, afirmou Maria do Carmo, lembrando que os nordestinos estão enfrentando a pior seca dos últimos 30 anos.
A parlamentar sergipana fez um levantamento sobre os investimentos em ações de combate aos efeitos da longa estiagem e constatou que do programa com maior dotação, Gestão de Riscos e Resposta a Desastres, só 0,6% do orçamento disponível foi efetivamente pago. No quesito Resposta aos Desastres, foram gastos 77%, embora R$ 184,3 milhões do valor gasto, tenham sido direcionados a restos a pagar. O programa Prevenção e Preparação usou, apenas, com restos a pagar, 11% de seu orçamento.
Para ela, ações simples, como aberturas de poços e cisternas são bem mais baratas e atendem a boa parte das demandas apresentadas pela população do semiárido nordestino. “Sugiro que o governo ouça e atenda aos apelos desses milhares de pais e mães de famílias que vêm perdendo até o que produzem para o próprio sustento. Só quem enfrenta essas dificuldades sabe o que é viver sem água, nem mesmo para beber. É preciso ouvir as sugestões de quem está na ponta, enfrentando o problema”, sugeriu a democrata, observando que o semiárido necessita de medidas emergenciais.
Assessoria de Comunicação