“O senador Eduardo Amorim não tem condição política, ética nem moral para me chamar de mentiroso”. Esta foi a reação do deputado estadual Francisco Gualberto (PT) ao analisar declarações do senador ao seu respeito relativas à votação do projeto do governo que garante um empréstimo de R$ 66 milhões para investimentos no PAC da Mobilidade em Aracaju.
O projeto foi votado e aprovado na quarta-feira passada, após apelos de Gualberto para que o prazo de contratação do empréstimo não fosse perdido. Na ocasião,por conta da demora na tramitação, Gualberto havia dito que aquilo parecia ser uma manobra tal qual a feita com o Proinveste.
“Eu usei exatamente o argumento da verdade. Disse que o empréstimo de R$ 66 milhões havia sido pactuado entre o governador Marcelo Déda, o senador Amorim e o prefeito João Alves. Portanto, se alguém se utilizou da inverdade, esse alguém foi ele (o senador)”, afirma Gualberto.
Para o deputado petista, o senador do PSC precisa ter mais tranquilidade e responsabilidade com o que fala. “Não tenho culpa do desespero que ele está vivendo nos últimos tempos. Mas esse desespero pode levá-lo a cometer várias contradições”, disse. “Há alguns meses ele já se sentia na cadeira de governador. Mas acontece que ainda estamos a mais de um ano da eleição. Muita coisa vai acontecer ainda”, alerta Gualberto.
O deputado lembra ainda que um outro projeto de lei que trata de um empréstimo de R$ 160 milhões, referentes às contrapartidas das obras do Proinveste, também havia sido pactuado entre as lideranças do Estado e sequer foi lido no expediente da Assembléia Legislativa. “Se não lê e não vota, me dá o direito de dizer que parece ser uma manobra para inviabilizar o que já foi negociado”, comenta Gualberto, que continuará cobrando o início de sua tramitação.
E para justificar o desespero do senador Eduardo Amorim no atual momento politico, Gualberto citou alguns episódios contraditórios protagonizados pelo líder do PSC em Sergipe. Entre eles, o investimento de R$ 100 milhões da Codevasf no Baixo São Francisco, a construção do Hospital do Câncer e a implantação de um campus da UFS no sertão. Em todos, segundo Francisco Gualberto, o senador reivindica a paternidade, mas sem merecimento.
“Essa história de buscar paternidade do filho que não é dele, pode não acabar bem. Se isso rendesse pensão alimentícia, ele (Amorim) quebrava”, analisou Gualberto.
“Ele precisa ter um pouco mais de humildade e reconhecer o seu papel. Repudio o desespero dele para chamar de mentiroso aquele que não mentiu”, reforma o deputado, avisando que não tem nada contra a pessoa do senador, mas precisa fazer o embate no campo da política.
Por Gilson Sousa, da Assessoria de Imprensa