Na manhã dessa quinta-feira, 2, o secretário de Estado do Meio Ambiente e dos Recursos Hídricos (Semarh), Olivier Chagas, e o prefeito do município de São Cristóvão, Marcos Santana, realizaram uma verdadeira expedição na Mata da Pratinha, área onde será implantado o primeiro Jardim Botânico de Sergipe. Cortado pelo rio Paramopama, afluente do Rio Vaza Barris, o local tem cerca de 200 hectares, com bioma da Mata Atlântica inserido em área urbana.
A visita faz parte da retomada do processo de criação da área destinada a estudos botânicos. Desde 2010 que a Semarh tenta implantá-lo. Já foram elaborados, inclusive, diversos estudos junto à Universidade Federal de Sergipe (UFS) e técnicos da Superintendência de Biodiversidade e Florestas ligados à Semarh, todos concluídos e viáveis. O único entrave, entretanto, é a questão associada a desapropriações.
“A Semarh está fazendo todos os estudos necessários para dar viabilidade técnica de transformar o lugar num Jardim Botânico. A importância disso tudo é a preservação da área que tem resquício de Mata Atlântica e de diversos aquíferos que lá existem. É uma região muito rica em água e com a degradação ambiental temos sentido que o lençol freático tem baixado. Pensando no futuro e na qualidade do meio ambiente, é importante que a gente leve adiante esse projeto, em parceria com a prefeitura de São Cristóvão. Há algumas pendências com relação a processos de desapropriação. Depois disso, o governador assina o decreto transformando a área no primeiro Jardim Botânico do Estado”, revelou Olivier Chagas.
Para o prefeito de São Cristóvão, nessa região havia um horto florestal nos idos do século XIX, representando um ponto da história. “A ideia é que a gente possa criar esse espaço não somente pela preservação do meio ambiente, mas porque ali há registros históricos de que, no século XIX, funcionou, fundado por Dom Pedro II, um horto florestal. Inclusive, a rua que dá acesso à mata se chama ‘Rua do Jardim’. É uma área com o viés ambiental, preservada, que a gente precisa manter para que as pessoas tenham, no futuro, a possibilidade de termos o que nós temos hoje: água em abundância”, disse o prefeito.
O superintendente de Biodiversidade e Florestas da Semarh, Elísio Marinho, também acompanhou a visita. Para ele, a área tem visibilidade, de todos os sentidos, tanto da área ambiental, quanto da área do ecoturismo, já que é localizada praticamente dentro da quarta cidade mais antiga do Brasil.
“A Semarh está retomando essa discussão, com apoio da Prefeitura, para, através de levantamento de questões cartorárias, ver a possibilidade de decretar aquela área como Jardim Botânico, com mais de seis corpos d´água, todos eles desaguando no Rio Paranopama. Esses braços d’água precisam ser preservados também. Uma vez decretado, o Estado entra com todo o aparato legal de fiscalização, como Adema, Polícia Ambiental, com a gestão da Semarh e, provavelmente, do apoio do Conselho Nacional de Jardim Botânico e do Conselho Nacional da Biosfera da Mata Atlântica e da UFS”, explica Elísio.
Área de Proteção Ambiental
Hoje, a Semarh gerencia cinco Áreas de Proteção Ambiental (APA): a Mata do Cipó, em Siriri, o monumento Natural Grota do Angico, em Poço Redondo, Mata do Junco, em Capela, a APA Litoral Sul e o Morro do Urubu.
Mata Atlântica
A Mata Atlântica é considerada um bioma com recorde mundial de biodiversidade. Dada a sua importância, a Mata Atlântica está na lista dos biomas mais importantes do mundo, sendo considerado como hotspots (ponto quente de biodiversidade), porém, com o elevado grau de perturbação antrópica, restando somente fragmentos isolados. Por isso, a proteção e conexão dos fragmentos remanescentes são desafios para a conservação.
Presenças
Também participaram da visita diversos técnicos da Semarh lotados na Superintendência de Biodiversidade e Florestas, além do secretário de Meio Ambiente e Agricultura de São Cristóvão, Carlos Tadeu.
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Texto e foto: Ascom/Semarh