Corinthians é o representante do Brasil na decisão da atual edição da Copa Libertadores, diante do argentino Boca Juniors. Às 21h50 (de Brasília) desta quarta-feira, no Pacaembu, a equipe paulista tenta seu primeiro título em dez participações no torneio continental, mas, na verdade, não contará com torcida de nenhum brasileiro a não ser do próprio corintiano.
“É inevitável. O Boca não é a Argentina, e o Corinthians não é o Brasil. É um time que representa o País, mas não é o Brasil. Porque muitos outros vão torcer contra. E isso é do esporte, da rivalidade, do um contra o outro, do ganhar, do perder”, diz o técnico Tite, há um ano e nove meses de volta ao clube e acostumado a ser ‘secado’.
Após o fracasso na frase preliminar da Libertadores de 2011, diante do Tolima, o Corinthians de Tite tem chance inédita de conquistar a taça sul-americana e pôr fim às gozações de rivais – é o único dos grandes paulistas a não ter o troféu. A campanha não lembra em nada à da temporada passada: o time está invicto, venceu sete de 13 partidas e sofreu só quatro gols.
“Se fosse somente pela mística, já estaríamos fora, porque todo o mundo fala que na Libertadores o Corinthians não vai. Desde o primeiro jogo tenho ouvido isso, de que o time faz uma boa campanha e cai quando chega o mata-mata”, gaba-se Tite, que enfrentou 11 vezes adversários argentinos enquanto treinador e jamais perdeu.
Como o jogo de ida foi 1 a 1, em La Bombonera, caso o retrospecto do comandante corintiano se repita nesta quarta-feira, a decisão irá ao menos para os pênaltis – em caso de empate no tempo regulamentar, a partida vai para a prorrogação antes. Mas o que o Corinthians, com a mesma formação titular do primeiro jogo, quer é resolver o jogo e entrar na história com uma vitória.
Tite pode entrar na história como o treinador que deu a Libertadores ao Corinthians diante do Boca, de Falcioni
“Vamos procurar manter o padrão, se agressivo. Se às vezes não puder, é porque do outro lado existe uma equipe que procurou neutralizar e agredir. Tem que se compreender esse outro lado. Não se passa o tempo todo atacando. Não é o treinador que pede para o time ir para trás, é o adversário que empurra. Nunca vi equipe que corresse para trás e não tentasse o gol”, diz.
Seis vezes campeão, sendo quatro frente a times brasileiros (Cruzeiro, Palmeiras, Santos e Grêmio), o Boca volta ao Brasil para tentar igualar o número de conquistas do Independiente, também da Argentina. A principal dúvida é o lateral Roncaglia. Autor do gol xeneize no duelo de ida, ele não aceitou o seguro proposto para o clube em caso de lesão na final. O acordo foi proposto porque o jogador já está acertado com a Fiorentina. Apesar disso, ele viajou.
Com essa única incógnita na escalação, Julio César Falcioni deve divulgar os 11 iniciais somente na quarta-feira. Qualquer que seja a equipe, porém, o treinador sabe que encontrará dificuldade no Pacaembu diante da melhor defesa da competição.
“Não dá para pensar que o Corinthians não vá fazer um jogo muito equilibrado. Jogando como mandante, vai tratar de sair um pouco mais rápido para o ataque. Temos que fechar os espaços e, com velocidade, descer para o ataque também. Vai ser um jogo parecido com o primeiro, e nós vamos tentar o resultado para vencer”, projeta.
FICHA TÉCNICA
CORINTHIANS X BOCA JUNIORS-ARG
Local: Estádio do Pacaembu, em São Paulo (SP)
Data: 4 de julho de 2012, quarta-feira
Horário: 21h50 (de Brasília)
Árbitro: Wilmar Roldan (COL)
Assistentes: Abraham Gonzalez (COL) e Humberto Clavijo (COL)
BOCA JUNIORS: Orion; Roncaglia, Caruzzo, Schiavi e Clemente Rodríguez; Ledesma, Somoza, Erviti e Riquelme; Pablo Mouche e Santiago Silva
Técnico: Julio César Falcioni
CORINTHIANS: Cássio; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Paulinho, Ralf e Alex; Jorge Henrique, Emerson e Danilo
Técnico: Tite
Gazeta Esportiva