Considerando o possível aumento de casos envolvendo a Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) entre os meses de março e julho, a Secretaria de Estado da Saúde (SES) promoveu nesta quarta-feira, 7, uma coletiva de imprensa para apresentar o plano de ação de enfrentamento da dengue e sazonalidade de doenças respiratórias em crianças. Na oportunidade, foram abordados temas como a ampliação da rede de saúde própria e contratualizada, a criação de um canal de comunicação para orientação e consultas 24 horas e o mapeamento epidemiológico do estado.
Para o enfrentamento da sazonalidade da Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) da pediatria e dengue, foram investidos pelo Governo do Estado aproximadamente R$ 10 milhões. As estratégias foram desenvolvidas pelo Grupo Executivo da SES, criado em dezembro de 2023, que tem a participação dos gestores da rede estadual de saúde e Fundação Estadual de Saúde (Funesa), apoio da Sociedade Sergipana de Pediatria (SBP) e do Conselho de Secretários Municipais de Saúde de Sergipe (Cosems).
O secretário de Estado da Saúde, Walter Pinheiro, participou da coletiva e explicou todo o trabalho desenvolvido. “Várias estratégias foram estudadas em meio a uma força-tarefa entre os atores responsáveis para a construção deste plano de enfrentamento da dengue, bem como a sazonalidade da pediatria. Realizamos um estudo, tanto da rede própria como da rede contratualizada, a fim de ampliar o número de leitos para esse período, especialmente para as crianças, durante a fase de sazonalidade. Além disso, a grande novidade também está na utilização da telemedicina e o canal de comunicação 0800, que fará com que o especialista chegue ao município mais distante e que o manejo seja realizado de forma mais adequada aos nossos pacientes”, explicou o secretário.
Arboviroses
Considerando o cenário epidemiológico nacional, a SES elaborou um plano de contingência para o enfrentamento à dengue, à zika e à chikungunya, apesar de Sergipe não ser classificado como uma região de alta incidência e apresentar um cenário de estabilidade.
No primeiro Levantamento Rápido de Índice de Infestação do Aedes aegypti (LIRAa) do ano de 2024 em Sergipe, o índice de classificação de janeiro de 2024 aponta que 26 municípios estão em baixo risco, 45 em médio e quatro em alto risco. Entre os municípios em condição satisfatória para o Aedes aegypti estão: Estância, Feira Nova, Japaratuba, Pacatuba,Pinhão,Santo Amaro das Brotas, Umbaúba, Nossa Senhora do Socorro, entre outros.
O plano tem o objetivo de monitorar dados epidemiológicos e de controle vetorial, a fim de detectar precocemente a alteração de padrão de comportamento das doenças, para reduzir o risco de infestação do Aedes aegypti no estado.
Segundo o diretor de Vigilância em Saúde da SES, Marco Aurélio Góes, é muito importante trabalhar com doenças que envolvem a sazonalidade. “A partir de março, começamos a ter um aumento na transmissão, como é o caso da dengue, que possui caráter sazonal no período do verão, em que se tem altas temperaturas e pancadas de chuvas. Elas podem estar presentes o ano todo, mas nesse período a gente sabe que ela sobrecarrega o serviço de saúde. Então o plano de mobilização tem o intuito de trabalhar junto aos municípios e população para que se impeça cada vez mais a replicação do Aedes aegypti em nosso território”, salientou Marco.
Ampliação de leitos
No que diz respeito ao plano de ação referente à Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG), foram desenvolvidas estratégias pelo grupo de trabalho (GT), como a ampliação de leitos da rede de saúde. Serão implantados ao todo 83 leitos novos, sendo dez leitos de enfermaria, dois leitos de estabilização e dez leitos de cuidados intermediários no Hospital da Criança Dr. José Machado de Souza, que também passará por adaptações em sua estrutura física.
A presidente da Sociedade Sergipana de Pediatria, Ana Jovina Barreto, explicou como se deu a construção do protocolo clínico. “Todo ano, a gente passa por um período muito crítico na pediatria, nos meses de março a julho. Enxergamos esse planejamento pelo GT da SES como essencial para minimizar os problemas dessa situação, em que todos participaram, a fim de que as nossas crianças e adolescentes sofram menos com essa sazonalidade. Os profissionais terão instrumentos para trabalhar com segurança, protocolos clínicos, classificações de risco, bem como um serviço de teleinterconsulta para tirar dúvidas e ver o que é melhor para o paciente. A população poderá contar também com um canal de comunicação por meio da teleorientação”, ressaltou.
Além disso, o Hospital de Urgências de Sergipe Governador João Alves Filho (Huse) também contará com a ampliação. Serão 13 leitos de enfermaria e três leitos de Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Já no interior do estado, serão quatro leitos de estabilização e dez leitos de enfermaria. A Secretaria ainda irá contratualizar leitos pediátricos para atender as demandas, sendo dez de UTI, seis de estabilização e 15 de cuidado intermediário (Ala amarela), totalizando 31 leitos.
Para o diretor Operacional da Saúde da SES, Waltenis Júnior, é de suma importância antecipar o plano e as estratégias operacionais no que se refere às doenças respiratórias na pediatria. “Todos os anos, entre os meses de março a julho, temos um aumento em nossas portas de urgência diante do número de crianças acometidas por doenças respiratórias e por isso, foi fundamental a construção do plano e das estratégias de operacionalização”, disse.
Canal de Comunicação
Com o objetivo de garantir um atendimento ainda mais eficiente, a SES e a Funesa desenvolverão um canal de comunicação por meio do 0800. Durante a ligação, o paciente terá acesso a profissionais treinados que irão orientar o usuário do Sistema Único de Saúde (SUS), conforme os sintomas relatados.
Os profissionais estarão de prontidão 24 horas e seguirão o protocolo clínico elaborado pelo grupo de trabalho executivo da SES/Sociedade Sergipana de Pediatria. A iniciativa é uma ferramenta inovadora que surge para reduzir as barreiras entre o paciente e o profissional de saúde, possibilitando um atendimento qualificado e resolutivo, utilizando a tecnologia. Os profissionais de saúde também terão acesso à modalidade teleinterconsulta, por meio das quais irão trocar informações entre médicos da unidade solicitante com o médico especialista.
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Fonte: ascom/SES