Nesta quinta-feira, 1º de agosto, São Cristóvão celebra o aniversário de 14 anos do título de Patrimônio Cultural da Humanidade da Praça São Francisco, entregue pela Organização das Nações Unidas pela Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO). A praça foi tombada em 2010, se consolidando como local de identidade e memória para o município e a comunidade nacional e mundial, sendo fortalecida como expoente histórico e turístico da Cidade Mãe.
Esse título levou a cidade a ter atenção nacional e ser reconhecida por fazer parte de um seleto grupo de cidades. Até hoje, apenas 15 locais ou monumentos no território brasileiro foram tombados pela UNESCO como patrimônio cultural da humanidade, e, assim como São Cristóvão, congregam a Organização das Cidades Brasileiras Patrimônio Mundial (OCBPM).
Segundo o prefeito Marcos Santana, a chancela trouxe consequências positivas para o município, como o impulsionamento ao turismo e à economia. Além disso, impactou beneficamente a cidade com o resultado de um maior investimento por parte do governo estadual, que englobou a construção de uma rede de esgoto e seu tratamento completo para a sede de São Cristóvão.
“Devemos celebrar os quatorze anos de chancela, mas também fazer com que cada vez mais a comunidade sancristovense se sinta parte e tenha um sentimento de pertencimento pela cidade, bem como um carinho muito especial por essa praça, que precisa ser bem cuidada. Ela não é mais só nossa. A partir do momento em que ela é sancionada pela UNESCO, a praça deixa de ser somente nossa e passa a ser de Sergipe, do Brasil e do mundo. Então, cabe a nós termos a responsabilidade de cuidar dela cada vez mais e melhor”, ressalta o gestor.
O título de Patrimônio Cultural da Humanidade
A chancela da UNESCO de Patrimônio Cultural da Humanidade pode ser concedida a monumentos, conjuntos de construções e sítios arqueológicos, que são considerados de importância fundamental para a memória, identidade e criatividade dos povos e para a riqueza das culturas.
As características necessárias para o título foram definidas na Convenção para a Proteção do Patrimônio Mundial, Cultural e Natural, formada na Conferência Geral da Organização das Nações Unidas para Educação, a Ciência e a Cultura (Unesco), em Paris (França), em 1972. Cinco anos depois, o Decreto Nº 80.978, de 12 de dezembro de 1977, ratificou os quesitos considerados.
No Brasil, além da praça São Francisco (SE), são considerados Patrimônios Culturais da Humanidade pela UNESCO a cidade de Brasília (DF); o Cais do Valongo, no Rio de Janeiro (RJ); os Centros Históricos de Goiás (GO), Diamantina (MG) Ouro Preto (MG), Olinda (PE), São Luís (MA) e Salvador (BA); o Conjunto Moderno da Pampulha, em Belo Horizonte (MG); as Missões Jesuíticas Guaranis; as ruínas de São Miguel das Missões (RS); o Parque Nacional Serra da Capivara (PI); as paisagens cariocas entre a montanha e o mar (RJ); Santuário do Bom Jesus de Matozinhos, em Congonhas (MG); e Sítio Roberto Burle Marx (RJ).
Desde a década de 1970, São Cristóvão já era considerada patrimônio nacional, no entanto, pesquisas mostraram uma característica única na Praça São Francisco, atendendo aos critérios de originalidade demandados para um título de Patrimônio Mundial. Por conta do comprimento e da largura exigida pela Lei IX das Ordenações Filipinas, essa praça incorpora o conceito de Plaza Mayor, assim como nas cidades coloniais da América hispânica, sendo composta pelo padrão urbano-português de cidade colonial em uma paisagem tropical.
Dessa maneira, a arquitetura da praça se destaca por representar a fusão do modelo urbanístico usado por Espanha e Portugal durante o período entre os anos de 1580 e 1640. O espaço também inclui a Igreja e o Convento São Francisco, monumentos com o design das Ordenações Filipinas.
Adailton Andrade, diretor do arquivo municipal e historiador, evidencia a importância de lembrar que a responsabilidade de conservação é atribuída a três esferas do poder: união, estado e município. Ele explica que existe um Comitê Gestor com representação das três esferas do poder e da participação popular, que é fundamental para consagrar o local como patrimônio da humanidade.
“Desde que foi construída, a praça São Francisco serviu de cenário para manifestações do poder administrativo, religioso e político, inerentes aos espaços construídos na parte alta da cidade, e, principalmente, para as manifestações da cultura popular, como carnaval, festejos juninos e manifestações do folclore. É um orgulho para o povo de São Cristóvão ter um bem de importância mundial”, completa o historiador.
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Redação SE Notícias, com informações da ascom/PMSC