Um ponto de partida para o desenvolvimento da região. É dessa forma que moradores e comerciantes de Pirambu vislumbram a nova rodovia que ligará o município à Pacatuba. Atualmente, em fase de terraplanagem, a obra – orçada em R$ 38 milhões, oriundos do Proinveste – contemplará 47,23 km (sendo 39,23 km na SE-100 e 08 km na SE-429) e fará a interligação do litoral norte sergipano. Executada pela secretaria de Estado da Infraestrutura, por meio do Departamento Estadual de Infraestrutura Rodoviária de Sergipe (DER), a rodovia deverá ser entregue para a população até o final de 2018.
“Essa rodovia será a realização de um sonho. Vai melhorar o comércio, a vida de quem mora aqui, porque o deslocamento de um povoado para outro é complicado, vai dar oportunidade para que o turismo cresça, promover a abertura de novos negócios e aumentar também a renda da população. Tomara que a obra seja concluída logo”, deseja o comerciante Antônio Mendonça.
Há mais de 30 anos, o acesso Pirambu-Pacatuba é feito por estrada de terra batida, herdada ainda da época da interiorização da Petrobras. A falta de sinalização e os buracos têm levado os motoristas até a sua propriedade, é o que conta a dona de casa Maria de Lourdes Bispo. “Toda vez que um carro atola, eu ajudo emprestando pá e enxada. É muito comum isso acontecer, principalmente quando chove e os buracos ficam escondidos pela lama. O acesso aqui é muito complicado. Mas espero que com essa rodovia nova tudo melhore”.
Mas não é apenas quem está de passagem que sofre com as dificuldades da estrada, o trabalhador rural Valmir dos Santos contabiliza prejuízos. “Eu trabalho como diarista, vou para onde tem trabalho. Pego muito trabalho pelo interior de Lagoa Redonda e Santa Izabel e a estrada sempre foi um problema. Não dá para confiar em transporte público, então tenho que colocar minha moto sempre nessa estrada. Agora mesmo, estou com a moto quebrada por causa disso e não é a primeira vez. Esperamos demais por essa obra. Com certeza vai melhorar a vida de todo mundo, principalmente de quem mora aqui porque vai trazer mais turista e mais trabalho”.
O secretário de Estado de Infraestrutura, Valmor Barbosa, destaca que a rodovia fomentará o turismo na região do Baixo São Francisco. “Essa obra está no contexto de um planejamento de turismo e de desenvolvimento de uma região do Baixo São Francisco, que é onde tem um baixo IDH no nosso estado. É uma região ainda pobre com uma necessidade de renda e emprego muito grande e, com essas obras de infraestrutura, surge a possibilidade de fomentar o turismo, a expansão imobiliária, a proximidade com o porto Inácio Barbosa. A maior parte do escoamento da produção vem pela BR-101, mas os maiores beneficiários serão aqueles que trafegam de um estado para o outro, principalmente os turistas que não terão necessidade de trafegar pela BR-101. Por exemplo, quem vem de Salvador pela Linha Verde, entra em Aracaju, pega o caminho da Rodovia SE-100 Norte e vai pegar esse último trecho de 46 km que não é pavimentado no nosso estado até chegar à divisa com o Rio São Francisco. Então, essa obra que o Estado acaba de retomar, num futuro próximo onde o Governo do Estado está finalizando o projeto executivo de uma ponte sobre o Rio São Francisco, na sua foz ligando o município de Brejo Grande a Piaçabuçu. Com isso o Governo faz a última ligação dos quatro estados: Bahia, Sergipe, Alagoas e Pernambuco pelas suas capitais, por meio do litoral. Essa obra é importantíssima, principalmente porque essa região da Barra dos Coqueiros e Pirambu têm tido um crescimento muito grande”.
De acordo com o presidente do DER, Antônio Vasconcelos, tal qual aconteceu no litoral sul, a rodovia Pirambu-Pacatuba trará inúmeros impactos positivos para a região, desde o impulsionamento do turismo e geração de renda à especulação imobiliária e crescimento da arrecadação dos municípios. “Assim como a ponte Gilberto Amado trouxe esse avanço dos turistas, que vem de Salvador e Costa do Sauípe, e desenvolveu nosso litoral. Veja a quantidade de condomínios que foram viabilizados no litoral sul, o que gera de renda, de IPTU, rede de água, outros impostos e mesmo a geração de emprego. A mesma coisa vai acontecer com o litoral norte. Todo esse crescimento foi uma consequência desses investimentos”, aponta.
Sítios Arqueológicos
Vasconcelos explica que, mesmo antes da recomendação do Instituto de Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), devido a existência de cavernas e sítios arqueológicos no entorno, todos os cuidados foram tomados para a execução responsável da obra.
“A gente faz questão de cumprir a lei, não interferir juntamente aos órgãos e respeitar o meio ambiente. Para fazer esse tipo de obra, se faz um estudo de impacto ambiental e nesse relatório se aponta os aspectos positivos e negativos da obra. Quando os impactos positivos suplantam os negativos, a obra se torna viável e foi o que aconteceu. Fizemos todos os estudos, audiências públicas em Pirambu e em Pacatuba e houve uma receptividade da grande maioria das pessoas que participaram. É um anseio da população e paralelamente a isso, nós também tínhamos esse planejamento nos últimos 10 anos de que haveria a necessidade dessa interligação”, finaliza.
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Da ASN