Em diversos casos de violência contra a mulher, o agressor exerce um papel de dominação da vítima no relacionamento. São palavras e atos que acabam eliminando a vontade e a identidade da vítima, inclusive eliminando a liberdade de escolha da mulher. Essas ações também estão inseridas nas situações de violência em razão de gênero que são registradas no país e que servem de alerta neste ‘Agosto Lilás’.
É nesse contexto que está o relacionamento abusivo, que acontece quando há uma diferença de poder entre as duas pessoas que estão envolvidas, conforme explicou a delegada Marcela Souza, da Delegacia de Atendimento a Grupo Vulneráveis (DAGV) de Estância. “E começa de uma maneira que mina a autonomia, a liberdade e a saúde mental da vítima, que na maioria dos casos são mulheres”, acrescentou.
Com esse controle do agressor diante da vítima, há um controle, humilhação e manipulação. “A vítima não consegue mais sair de casa sem pedir permissão ao namorado ou marido, usa a roupa apenas que ele determina que ela use. Então, há um apagamento emocional dessa mulher que não tem mais autonomia sobre sua vida, sobre o seu corpo. E ela pode ser vítima, muitas vezes, de um crime de violência psicológica ou moral”, narrou a delegada.
Diante dessas situações impostas no relacionamento abusivo, a mulher deixa de ter controle sobre sua própria vida. “Inclusive com ameaças de morte, por exemplo. Ela começa inclusive a tomar remédio controlado, a ter crise de ansiedade, crise de pânico, não dorme e pode sofrer até uma depressão profunda por conta desse relacionamento. Então, o relacionamento abusivo culmina em crimes”, revelou Marcela Souza.
Por isso, é fundamental que as mulheres denunciem o caso à polícia e procurem a rede de proteção, assim como orientou a delegada do DAGV de Estância. “É importante que as mulheres exponham o que estão passando e não se isolem das demais pessoas de sua família, de suas amigas, por exemplo. Porque muitos casos os agressores, minam essas relações importantes que a vítima tem”, evidenciou.
Inclusive, manter contato com as pessoas próximas é essencial para que a vítima possa entender que está em um relacionamento abusivo e possa conseguir forças para sair dessa situação. “É importante que a vítima não se afaste das pessoas do convívio dela, para que as pessoas inclusive possam alertá-la sobre o que ela está passando, que, muitas vezes, ela não tem consciência sobre a situação”, complementou Marcela Souza.
Denúncias
As vítimas de violência em razão de gênero, bem como toda a sociedade, devem comunicar os casos à polícia. As situações de flagrante devem ser comunicadas à Polícia Militar pelo telefone 190. Os casos de crimes recorrentes devem ser comunicados ao Disque-Denúncia (181). As vítimas podem procurar o Departamento e Delegacias de Atendimento a Grupos Vulneráveis (DAGVs), ou ainda qualquer delegacia no próprio município.
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Fonte: SSP/SE