Se optar mesmo pela candidatura a presidente em 2014, o governador de Pernambuco e presidente nacional do PSB, Eduardo Campos, deve entregar os cargos no governo da presidente Dilma Rousseff no final deste ano.
Essa foi umas das mensagens que passou a integrantes do partido recentemente no sentido de planejar sua pré-campanha presidencial. Outro aspecto importante nesse sentido foi o mapeamento dos palanques estaduais. No desenho atual, são pelo menos 12 candidaturas próprias (Amapá, Bahia, Ceará, Distrito Federal, Espírito Santo, Goiás, Minas Gerais, Pernambuco, Paraíba, Rio Grande do Sul, Sergipe e Tocantins). Nos Estados em que as candidaturas não se viabilizarem, o partido negociará com os aliados.
O PSB também trabalha para atrair lideranças de outros partidos ainda neste ano. Há conversas avançadas com o prefeito de Manaus, Omar Aziz (PSD); de Campo Grande, Nelsinho Trad; o governador de Tocantins, Siqueira Campos (PSDB); e os deputados federais Fabio Trad (PMDB-MS) e Eduardo Gomes (PSDB-TO). O aliado considerado garantido é o PDT, mas outros partidos médios, como PTB e PV, e outros menores, devem ser atraídos.
A meta é ter cinco dos 20 minutos do programa de televisão. Há, inclusive, a perspectiva de ampliar a bancada ainda neste ano, mais especificamente em setembro, último mês para que as trocas partidárias sejam feitas. O discurso de Campos para 2014 também vem sendo preparado. Vai focar a gestão e a ética.
A ideia é passar a mensagem de que seu grupo não aceita práticas políticas antigas e atrasadas, imagem que, na avaliação do partido, ficou reforçada quando o PSB não apoiou nem Renan Calheiros (PMDB-AL) nem Henrique Alves (PMDB-RN) na sucessão da Câmara e do Senado.
Essa imagem vai ser explorada no programa partidário que deve ir ao ar em abril, totalmente focado em Eduardo Campos. O PSB também discute a troca do marqueteiro oficial do governador, Edson Barbosa, dono da agência Link, cuja rejeição no círculo de Campos tem aumentado.
(Caio Junqueira / Valor)