Após quatro dias e meio de ocupação do prédio da prefeitura os professores conseguiram que a prefeita do município, Maria das Graças Souza Garcês, conhecida como Gracinha, marcasse uma audiência com a categoria.
A informação foi passada aos professores pelo líder da bancada de situação, vereador Bruno Sobral, na tarde de ontem. A prefeita irá receber a comissão de negociação do SINTESE na próxima terça-feira, dia 08, às 15h na sede da prefeitura. Com o agendamento da audiência os professores decidiram desocupar o prédio sede do Poder Executivo Municipal. A categoria está em greve desde o dia 25 de março. Eles reivindicam o pagamento de passivos trabalhistas (férias e retroativo do piso) e também melhores condições para as escolas do município.
Na noite depois da desocupação os docentes foram a Câmara de Vereadores e o professor Uilson Menezes fez um relato sobre como está a Educação no município.
Na manhã desta sexta-feira, 04, os professores participam de audiência pública no Ministério Público apresentando ao promotor toda a situação. Também participam representantes da Secretaria Municipal de Educação e da Procuradoria do município.
Porque os professores entraram em greve
O pagamento das férias dos educadores está atrasado há três meses. A prefeitura não pagou também o retroativo do reajuste do piso salarial do magistério dos anos de 2011, 2012, 2013. Além disso, até agora a prefeita Gracinha não concedeu aos professores o reajuste do piso salarial de 2014, estabelecido em 8,32%. O pagamento do piso salarial dos professores é assegurado pela Lei Federal 11.738/2008 e de acordo com a Lei deve ser reajustado anualmente no mês de janeiro.
A desvalorização do profissional da educação é outra prática adotada pela prefeitura de Itaporanga. Professores que buscam progredir na carreira e aprimorar seus conhecimentos através de cursos de especialização se sentem desmotivados, já que há três anos a prefeitura não concede a mudança de nível aos educadores que conquistam diplomas de graduação ou pós-graduação. É como se a administração pública de Itaporanga não enxergasse que quanto mais capacitado o professor melhor para os estudantes e para a educação do município.
Mas o tratamento desrespeitoso dado pela prefeitura não atinge somente aos professores, os estudantes também são vítimas, basta olhar para a estrutura física das escolas do município. São prédios caindo aos pedaços, espaços impróprios para o ensino e para a aprendizagem.
Um exemplo desta realidade é a escola do povoado Água Bonita que está a quase um ano fechada. O prédio estava prestes a desabar e foi condenado pela prefeitura. No entanto, até agora a administração pública nada fez para recuperar a escola.
O discurso feito pela prefeitura de falta de verbas para investimentos na educação e em outros setores importantes para a população não é verdadeiro. Os professores querem saber: para onde estão indo estes recursos?
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por Caroline Santos, da Ascom /Sintese