Na noite de ontem (06), uma das celebrações religiosas mais importantes de Sergipe voltou a acontecer após uma pausa de quatro anos em razão da pandemia da Covid-19. A tradicional Procissão do Fogaréu, que é realizada no Centro Histórico de São Cristóvão, contou com a participação de aproximadamente 250 pessoas, responsáveis pela encenação que retrata os últimos atos da vida de Cristo.
A celebração teve início logo após a tradicional missa de lava-pés, que ocorreu na Igreja Nossa Senhora da Vitória. Em seguida, os olhares das centenas de pessoas que estavam na cidade ficaram voltados para os palcos montados na Praça São Francisco. Neles, os três primeiros atos da Paixão de Cristo foram encenados: Entrada de Jesus em Jerusalém; Discussão no Sinédrio; e a Santa Ceia.
Uma missa foi celebrada na Igreja Nossa Sra. da Vitória, na Praça da Matriz. Logo após, os fiéis percorreram as ruas do Centro Histórico em uma procissão iluminada por tochas. A iluminação pública foi desligada durante a procissão.
Após esse momento, o ápice da celebração religiosa é realizada. Dezenas de homens de todas as idades saem em procissão pelas ruas escuras do Centro Histórico (que tem a iluminação desligada neste momento) segurando tochas e procurando por Jesus, simbolicamente. Eles vestem uma túnica comprida, traje semelhante aos dos penitentes da Era Medieval.
Entoando cânticos, o grupo passa por locais como a Igreja do Rosário dos Homens Pretos, Praça do Carmo e Praça da Matriz, até retornarem à Praça São Francisco, local onde a procissão é encerrada e os dois últimos atos são realizados.
A Procissão do Fogaréu é uma tradição que foi trazida pelos portugueses e desde o século XVIII faz parte do calendário cultural do município de São Cristóvão, com uma pausa em 1963. A retomada aconteceu em 1978, e, desde então, a mobilização popular ocorria ininterruptamente. Desde 2019, no entanto, voltou a ser suspensa, por conta da pandemia da covid-19.
Para Manoel Muniz, coordenador do G12, responsável pela organização do evento, retornar com a procissão após tantos anos é emocionante. “Esse é um momento muito importante para nós cristãos. Apesar de ser muito trabalhoso, é algo que nos dá muita satisfação, poder reunir tantas pessoas para mostrar essa mensagem religiosa”, destacou.
A celebração reuniu centenas de sancristovenses e visitantes que estavam ansiosos para acompanhar o evento após a longa pausa. A aposentada Sônia Freire, moradora do povoado Pedreiras contou que sempre buscou prestigiar a procissão, e apontou que “esse é um momento de muita alegria em poder ter esse evento na cidade, onde a gente pode assistir a essa encenação da Paixão de Cristo”.
Pessoas de outros municípios também estiveram em São Cristóvão na noite da “Quinta-feira Santa” para acompanhar o evento. É o caso da professora Mara Lima, moradora de Aracaju. “Já estava sentindo falta dessa Procissão. É um momento muito lindo e emocionante onde podemos ter contato com o evangelho”, declarou.
Prefeitura no apoio à manutenção da tradição
Por entender que a Procissão do Fogaréu é um momento único que mobiliza toda a comunidade e atrai visitantes à Cidade Mãe de Sergipe, a Prefeitura de São Cristóvão não mede esforços no sentido de apoiar a realização do evento. A estrutura que conta com três palcos, iluminação e som é disponibilizada pela gestão municipal, que também mobiliza as equipes da SMTT para desobstruir as ruas e orientar motoristas e pedestres.
“A Procissão do Fogaréu faz parte do calendário turístico religioso do município. Sabemos que neste evento, assim como acontece na Romaria de Senhor dos Passos e em Corpus Christi, nós teremos muita gente em São Cristóvão e isso movimenta a economia da nossa cidade, gera emprego e renda, e por isso nós ofertamos todas as condições necessárias para que essas tradições permaneçam vivas”, afirmou o prefeito Marcos Santana.
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Fonte: Ascom/PMSC