Brasil 247 – O presidente da Petrobras, Aldemir Bendine, afirmou em entrevista publicada neste domingo, 26, pelo jornal O Globo que a estatal irá trabalhar para recuperar os R$ 6,2 bilhões desviados pela corrupção, após a divulgação do balanço auditado da companhia.
Bendine disse que a corrupção é uma “questão de caráter”. “O que você pode fazer é criar mecanismos de controle e mitigar o risco. Sujeita à corrupção, qualquer empresa do mundo está. Agora, conhecendo o caráter e a honradez e pelo que passou essa empresa, não tenho dúvida de que a possibilidade de isso voltar a acontecer é mínima. Corrupção é um câncer que compromete muito a companhia. Acabou esse negócio de operação (Lava-Jato). Mas temos que ser tratados como companhia. Tem que acabar com essa ansiedade em relação à Petrobras”, afirmou.
O presidente da Petrobras defendeu os acordos de leniência entre as empresas e volvidas na Operação Lava Jato com a Controladoria Geral da União (CGU). “Quem errou em relação a isso ou aquilo tem que ser punido, investigado e pagar pelos custos daquilo que praticou. Mas não é justo as empresas morrerem por conta de malfeitos de seus dirigentes, até porque o país não pode parar. É uma condição insuportável”, afirmou.
Aldemir Bendine também disse que as obras do Complexo Petroquímico do Rio de Jaeiro (Comperj) serão concluídas. “Hoje, o primeiro trem (unidade) da refinaria tem 86% conclusos. Vamos terminar aquilo. Não tenha dúvida. Não vou deixar um projeto daquele, com um investimento tão alto, jogado. Agora, dependo de duas coisas: ajustar a minha condição de caixa — em breve vamos nos pronunciar sobre isso — e que eu tenha fornecedores. Vamos ter de fazer uma repactuação. Temos uma série de empresas e consórcios. Algumas podem não ter interesse em permanecer, outras estão em dificuldades financeiras. Vamos ter de sentar à mesa e ver quem tem condições de continuar”, afirmou.
Leia aqui a íntegra da entrevista com Aldemir Bendine.