Matéria extraída do site Extra Globo
O prefeito de Montes Claros, em Minas Gerais, Ruy Adriano Borges Muniz (PSB), foi preso na manhã desta segunda-feira, em Brasília, numa operação da Polícia Federal. O parlamentar estava na cidade acompanhando a mulher, a deputada Raquel Muniz (PSD), que votou a favor do impeachment da presidente Dilma na votação deste domingo, e mencionou que o marido era um exemplo “de que o Brasil tem jeito”.
Durante seu discurso, a parlamentar citou o marido. “Meu voto é em homenagem às vítimas da BR-251. É para dizer que o Brasil tem jeito e o prefeito de Montes Claros mostra isso para todos nós com sua gestão. Meu voto é por Tiago, David, Gabriel, Mateus, minha neta Julia, minha mae Elza. É pelo norte de Minas, é por Montes Claros, é por Minas Gerais, é pelo Brasil. Sim, sim, sim”, disse.
Se condenado, prefeito pode pegar 30 anos de prisão
A Polícia Federal informou, em nota, que a operação “Máscara da Sanidade II – Sabotadores da Saúde”, com objetivo de prender o atual prefeito de Montes Claros e a atual secretária de saúde.
A operação consiste no cumprimento simultâneo de oito mandados judiciais: quatro Mandados de Busca e Apreensão (residência dos acusados, prefeitura e secretaria de saúde), dois Mandados de Busca Pessoal, a fim de apreender celulares e smartphones (prefeito e secretária de saúde), além de dois Mandados de Prisão Preventiva (prefeito e secretária de saúde), expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 1ª Região, em Brasília/DF.
Segundo a PF, “as investigações demonstraram que os acusados, direta e indiretamente, valendo-se de meios fraudulentos, intentaram destruir e/ou inviabilizar a existência e o funcionamento dos hospitais público (Hospital Universitário Clemente Faria) e filantrópicos (Santa Casa de Misericórdia, Fundação Aroldo Tourinho e Fundação Dilson Godinho) de Montes Claros, que atendem pelo SUS uma população de aproximadamente 1,6 milhões de pessoas, distribuídas nos 86 municípios situados no Norte de Minas Gerais.
As investigações motram que em outubro de 2015, os presos promoveram a retirada de cerca de 26 mil consultas especializadas e 11 mil exames dos hospitais, deixando de prestar os correspondentes serviços pela rede municipal, causando graves prejuízos à população.
A nota da PF afirma, ainda, que de “julho de 2015 até o presente momento, o prefeito, utilizando-se indevidamente de verbas públicas para dar vazão ao seu projeto criminoso, valendo-se do cargo público ocupado, tem divulgado nos principais veículos de comunicação uma ampla e intensa campanha difamatória contra os hospitais público e filantrópico ‘concorrentes’, inclusive lançando mão de dados e informações falsas.Os presos, já denunciados junto ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região, responderão, na medida de suas participações, pelos crimes de falsidade ideológica majorada (art. 299 do Código Penal), dispensa indevida de licitação pública (art. 89 da Lei 8.666/93), estelionato majorado (art. 171, § 3º), prevaricação (art. 319 do Código Penal) e peculato (art. 1º, II, do Decreto-Lei 201/67). Se condenados, as penas máximas aplicadas aos crimes ultrapassam 30 anos”.
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