por Valter Lima, do Sergipe 247
O representante do Fórum, José Firmo, supõe que o MPE queira ingressar com uma ação junto ao Tribunal de Justiça, para barrar a realização no evento na Beira-Mar, diante dos transtornos gerados pela festa para moradores e comerciantes; na semana passada, o prefeito João Alves Filho assinou documento autorizando a realização da festa em 2014 no mesmo local; Acese protestou: “quem arcará com o prejuízo dos comerciantes da região por causa do fechamento das vias? O prefeito mais uma vez toma uma decisão unilateral sem ouvir os envolvidos”
A realização da próxima prévia carnavalesca de Aracaju, o Pré-Caju 2014, na Avenida Beira-Mar, no Bairro 13 de Julho, tem gerado muita polêmica e poderá parar na Justiça. O Ministério Público Estadual (MPE), através das promotorias do Patrimônio Público, Defesa do Consumidor e de Relevância Pública e Controle Externo, solicitou ao Fórum em Defesa da Grande Aracaju informações relacionadas à festa.
O representante do Fórum, José Firmo, supõe que o MPE queira ingressar com uma ação junto ao Tribunal de Justiça, para barrar a realização no evento na Beira-Mar, diante dos transtornos gerados pela festa para moradores e comerciantes. Na semana passada, o prefeito de Aracaju, João Alves Filho (DEM), assinou documento autorizando a realização da festa em 2014 no mesmo local. Para Firmo, foi um ato desnecessário, pois já existe uma lei que permite à Associação Sergipana de Blocos e Trios (ASBT) realizar a festa, em dia, local e horário desejado.
“Foi um fato político para tentar frear a tentativa de alterar o local da festa”, avaliou José Firmo. O presidente da Associação Comercial de Sergipe (Acese), Alexandre Porto, utilizou-se de seu perfil no Facebook para criticar o fato. “Com a manutenção do Pré-Caju na 13 de julho, quem arcará com o prejuízo dos comerciantes da região por causa do fechamento das vias? A Prefeitura e a ASBT deveriam indenizá-los, pois com o fechamento das vias de acesso por uma semana, os prejuízos são elevados. O prefeito mais uma vez toma uma decisão unilateral sem ouvir os envolvidos”, criticou.
E realmente o prefeito não tem dado ouvidos aos pedidos de debate sobre o tema. O Fórum em Defesa de Aracaju, por exemplo, enviou em 18 de fevereiro uma solicitação de audiência com João Alves Filho para apresentar as demandas da entidade e discutir o tema, mas até hoje não obteve resposta.
Em 2011, o Fórum chegou a indicar algumas alternativas para transferência do Pré-Caju (as avenidas Mário Jorge e José Sarney e a Orla da Atalaia), mas, segundo Firmo, o intuito agora é abrir a discussão. “Em 2012, decidimos que não indiciaríamos um local e que seria mais produtivo para a sociedade discutir isto com mais calma. É isso que queremos com o prefeito, que ele convide a sociedade para decidir o lugar mais apropriado para a festa ou até mesmo admitir que não existe local melhor do que a Beira-Mar. Mas é preciso discutir primeiro”, afirmou.
Diante da polêmica, o secretário da comunicação da capital, Carlos Batalha, afirma que “o prefeito de Aracaju, João Alves Filho, apenas, fez cumprir a lei autorizando a realização do evento em 2014, para que os empresários da ASBT, possam se organizar, nas contratações e realização da festa”.
Segundo ele, no ano passado houve uma pesquisa que mostrou que 92% da população do bairro 13 de Julho apoiava o evento naquele local. Carlos Batalha ressalta ainda que, “nos anos em que o Pré-Caju foi realizado na área do mercado, houve um pedido maciço, para que retornasse para a 13 de julho e assim a família Augustu’s fez em parceria com o poder público”.