A operação Entre Fronteiras, de combate a roubo a bancos e carro forte, desarticulou uma quadrilha, denominada “Novo Cangaço”, que agia em Alagoas, Bahia, Pernambuco, Sergipe e Piauí. No total, 15 pessoas foram presas e seis morreram em confronto com a polícia, informou o delegado Mário Jorge, da Deic, durante entrevista coletiva à imprensa realizada na tarde desta segunda-feira, 16, na Secretaria de Segurança Pública de Alagoas (SSP).
Na ocasião, foram apreendidos vários fuzis, espingardas, centenas de munições, além de 210 kg de artefatos explosivos, espoletas e balaclavas. Houve confronto entre policiais e criminosos e um dos suspeitos, identificado como Anderson Marinho Gomes, vulgo “Bebe Ovo”, foi atingido. Ele chegou a ser socorrido, mas morreu a caminho do hospital.
No sábado, 14, foram presos em flagrante, dentro de uma residência em Água Branca, Aldean Oliveira Ramos, Divo da Cruz e Ivo Marcelino Alves Santos. Houve troca de tiros e alguns suspeitos conseguiram fugir.
Um deles, José Claudio, que é irmão de Bebe Ovo, estava escondido em uma escola da cidade e atirou contra o diretor da unidade escolar, que foi socorrido. Baleado ao reagir à abordagem policial, José Claudio também chegou a ser socorrido, mas faleceu.
Na sexta-feira, 13, a Deic já havia cumprido mandatos de prisão em Mata Grande, contra João Batista dos Santos Silva, Flávio Oliveira da Silva, Jaedson da Silva Leite e Adeilson de Menezes Bezerra e, em Inhapi, contra Gilmar Ferreira da Silva e Sidney Pereira Lima.
Segundo o delegado, os integrantes do “Novo Cangaço” não fazem parte de uma facção criminosa e não tinham a menor preocupação com a sociedade, pois, não tinham o que perder, “eles estavam preparados para matar ou morrer”.
Ainda conforme o delegado Mário Jorge, todos os presos em Alagoas possuem envolvimento em roubos a banco e na explosão de um carro forte no dia 5 de março deste ano, em Inhapi.
Quatro mortos
Em um primeiro momento, a operação Entre Fronteiras prendeu, em Pernambuco, os paulistas Roque Rudson dos Santos, Nilson Almeida Silva e Felipe Klinger de Almeida e o cearense José Maciel da Silva
Além do farto armamento achado sob pedras e camuflado pela vegetação de caatinga em Água Branca, cidade próxima à divisa com Paulo Afonso (BA), Canindé do São Francisco (SE) e Jatobá (PE), foram expostos à imprensa vários carregadores de fuzis, 82 munições para fuzil, 49 cartuchos calibre 12, espingardas de repetição, revólveres, fuzis 7,62, balaclavas, 227 cartuchos de calibre 556, além de 21 cartuchos de emulsão explosiva, cinco artefatos prontos para detonação e 30 espoletas detonadoras.
“A origem dos explosivos é variada. Tem produto desviado de pedreiras e ainda de fábricas”, comentou o delegado Bruno Ferrari, segundo o qual, “tem quadrilha que conta com apoio até de químico” para manusear produtos e fabricar alguns dos explosivos utilizados para destroçar inúmeros carros–fortes e bancos no Nordeste. Até ontem, a cúpula da SSP contabilizava sete explosões este ano em todo Estado de Alagoas.
Com eles, a polícia apreendeu aparelhos celulares, duas pistolas, 32 munições e dois carregadores. No dia 12, uma pick-up Toro foi interceptada também em Pernambuco, e quatro criminosos morreram em confronto com o Batalhão Especializado de Policiamento do Interior (Bepi): Risomar da Conceição, o Nego Risomar – especialista em explosões de agências, ele tinha sete mandados em aberto; José Cláudio Félix de Araújo, Bruno Allan Soares e Fernando Machado Vasconcelos.
Risomar é acusado de atirar contra o cabo Luiz Barros, do 9º Batalhão da PM/AL, no dia 31 de março deste ano, durante uma abordagem de rotina em Olho D’Água do Casado, no Sertão alagoano.
Durante a operação participaram policias do 9º BPM, da Delegacia de Delmiro Gouveia, da Divisão Especial de Investigação e Captura (Deic).
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Com informações da Gazeta de Alagoas e Cada Minuto