por Caio Barbosa/O Dia.
Um crime bárbaro e a frieza do assassino chocaram a Zona Oeste neste fim de semana. José Ailton da Silva, de 36 anos, foi preso ontem, pela Polícia Civil, durante o enterro de sua namorada, Juliana dos Santos Andrade, de 23, no cemitério de Santa Cruz, Zona Oeste do Rio. A vítima havia sido encontrada morta no dia 1º de fevereiro, asfixiada com um cadarço, dentro de um sofá erótico no motel Top Kap, em Bangu.
A ação rápida e eficiente dos policiais da Delegacia de Homicídios da Capital (DH) possibilitou a prisão do bandido, identificado pelos familiares de Juliana após análise das câmeras de segurança do motel onde aconteceu o crime. A mãe de Juliana, Gracimar Santos de Andrade, de 46 anos, contou que José Ailton teve a cara de pau de dizer que faria camisetas com a foto da namorada para distribuir entre os parentes, no enterro.
“Nunca esperava isso desse canalha. Ele frequentava a minha casa. Mas nunca desconfiei. Era quieto, educado. Parecia boa gente. Na verdade era um bandido, frio, calculista, premeditado. Acabou com a vida de uma jovem”, disse a mãe, ainda em estado de choque.
Gracimar contou que José Ailton e Juliana saíram juntos para lanchar no dia 31 de janeiro, num shopping de Bangu. E ela não voltou mais para casa.
“Ele disse que tinha deixado ela no ponto de ônibus. Se fingia de preocupado. Dizia para a minha filha mais nova que iria fazer camiseta, disse que estava de luto…”, contou.
A prisão do cemitério foi uma ação orquestrada pelos policiais, que orientaram uma das irmãs de Juliana a entrar em contato com José Ailton para avisá-lo do enterro.
“Os policiais agiram muito bem. O safado chegou ao enterro, teve a coragem de dar um beijo na minha filha do meio e foi abraçar meu marido, mas ele passou mal e as pessoas começaram a gritar. Eu mesma gritei “ele matou minha filha”, e os policiais fizeram a prisão”, revelou Gracimar.
A mãe espera, agora, que a Justiça aja com a mesma rapidez e presteza que os policiais.
“Ele tem que ficar muito tempo na cadeia. Não há motivo para ser diferente. Até para servir de exemplo para os filhos dele. Ele dizia que tinha três, de nove, sete e uma de três aninhos”, contou Gracimar.