Na manhã de ontem, dia 17, a Polícia Federal em Sergipe deflagrou a Operação denominada Pedra 90, com o cumprimento de 08 mandados de prisão preventiva, 08 mandados de busca e apreensão e um mandado de condução coercitiva. Os mandados foram cumpridos nos Estados de Sergipe (Aracaju), Alagoas (Maceió, Arapiraca,Palmeira dos Índios e Joaquim Gomes), Pernambuco (São Lourenço da Mata), Mato Grosso (Várzea Grande) e Pará (Marabá) todos expedidos pela 4ª Vara Criminal da Comarca de Aracaju/SE.
O objetivo da operação foi desarticular uma organização criminosa voltada ao tráfico interestadual de drogas e lavagem de dinheiro que consistia na compra de entorpecente (crack) no Estado de Mato Grosso, com distribuição em todo o Nordeste, bem como a aplicação do dinheiro proveniente do tráfico de drogas em bens de luxo, tais como carros importados, imóveis, haras, cavalos de raça, fazendas, etc.
Cerca de 400 quilos de crack foram apreendidos, somente em Aracaju/SE, em menos de um ano de investigação, proveniente de tal organização desarticulada. O cumprimento dos citados mandados judiciais teve como objetivo: prender os chefes da organização, bem como descapitalizá-los com a apreensão de veículos, de bens imóveis e o bloqueio de contas bancárias.
Durante a investigação, constatou-se que, entre as várias formas de dissimular o ganho proveniente com o tráfico de drogas, o grupo investia na compra de cavalos de raça para uso em circuitos de vaquejada em todo o brasil. Somente como exemplo, um dos chefes da organização, preso na operação, Cícero Bezerra da Silva, vulgo Cicinho, proprietário de um Haras na cidade de Palmeira dos índios/AL (Haras Padre Cícero), recentemente teria negociado um cavalo pelo valor de R$ 200.000,00. CICINHO já teria sidoi alvo da Polícia Civil do Estado de Alagoas no ano de 2012, porém, conseguiu fugir antes da chegada dos policiais civis à sua residência e atualmente respondia processo em liberdade.
Outro integrante da organização preso foi Nilo Soares, que utilizava uma série de nomes falsos. O mesmo se encontrava foragido da justiça do Mato Grosso, possuindo condenações por roubo e quadrilha (1999, 2002 e 2003) em Porto Velho/RO e Rondonópolis/MT, tráfico de drogas e porte ilegal de armas (2007 e 2008) nos Estados de Alagoas e Mato Grosso.
No momento de sua prisão Nilo tentou fugir pela garagem do apartamento de luxo que residia na cidade de Maceio/AL, porém, não obteve sucesso na fuga.
Um dos responsáveis pela distribuição de entorpecentes da organização criminosa pelo Nordeste, Rodrigo Ayres Neves foi preso em São Lourenço da Mata/PE.
Em Aracaju, no bairro Atalaia, foi presa Eliane Magalhães Dezan, a qual era responsável pela distribuição do entorpecente no Estado de Sergipe, na capital e interior. Na casa de Eliane foram apreendidos crack e valores em dinheiro.
Outro membro da quadrilha, responsável pela remessa de drogas do Estado de Mato Grosso a Sergipe, Fábio Antônio Dezan foi preso na cidade de Cuiabá/MT. Na casa de Fábio, também foram aprendidos drogas e valores em dinheiro.
Cumpriram-se também nos Presídios COMPAJAF e COPEMCAN, outros dois mandados de prisão preventiva, em desfavor de Graeuber Aristóteles Ribeiro e Deivit Roberto Dezan, os quais já se encontravam presos pelos crimes de tráfico de entorpecentes, por transportarem 90 kg e 202 kg de crack, respectivamente.
Da mesma forma, foi preso na cidade de Vitória da Conquista, Marciano Alves Fernandes, conhecido locutor de vaquejadas na região Nordeste. O mesmo já respondia perante a 4ª Vara Criminal de Aracaju/se pelo crime de tráfico de drogas, pois fora flagrado transportando no final do ano de 2013, cerca de 65 kg de crack, em um caminhão boiadeiro.
Durante a Operação foram apreendidos drogas (crack), dinheiro e veículos. Além de diversos imóveis, tais como um Haras na cidade de Palmeira dos índios/AL, uma fazenda de criação de gado do estado do Pará (Marabá), entre outros imóveis como terrenos e casas, além de contas bancárias.
De acordo com a PF, Pedra 90 é uma expressão utilizada considerando que no mês de janeiro de 2014 foram apreendidos 90 kg de crack, entorpecente conhecido como pedra pelos traficantes. Além disso, o termo “pedra 90” é uma gíria utilizada para denominar “pessoa legal”, exteriótipo que os presos tentavam transparecer, se apresentando sempre como empresários bem sucedidos, em especial, no ramo de vaquejada.
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Assessoria de Comunicação/ PF/SE