A paralisação busca reivindicar que o Governo Federal cesse com a política de sucateamento da Polícia Federal.
Em nota enviada à imprensa, o Sindicato dos Servidores da Polícia Federal no Estado de Sergipe, comunica que a categoria irá paralisar nesta sexta-feira (06), seguindo o que ocorrerá em todo o País.
Veja o que diz a nota:
Seguindo indicativo da Federação Nacional dos Policiais Federais, os sindicalizados do SINPEF/SE – Sindicato dos Servidores da Policia Federal no Estado de Sergipe paralisarão suas atividades no dia 06.09.2013, que ocorrerá em todo Brasil.
Entretanto, ressaltamos que os Policiais Federais acreditam que a sociedade não pode ser prejudicada, e por isso os serviços de atendimento ao público, como expedição de passaportes, funcionarão normalmente.
A paralisação busca reivindicar que o Governo Federal cesse com a política de sucateamento da Polícia Federal.
A Polícia Federal amarga uma quarentena de 5 anos no ostracismo, motivado pelo brilhante trabalho que desempenhou ao investigar a corrupção de forma isenta, sem deixar se transformar em uma polícia de governo. O espírito desses Policiais Federais é de tristeza, por saberem que estavam fazendo um trabalho importante ao defender a sociedade da dilapidação do patrimônio público, e por saberem que atualmente o Governo Federal mantém uma campanha na tentativa de realmente acabar com a Polícia Federal. Não é difícil chegar a essas conclusões, bastando lembrar dos noticiários que não paravam de mostrar trabalhos dos Policiais Federais que culminavam com a solução de crimes sofisticados e que envolviam, além de servidores públicos, políticos e empresários com bastante poder econômico e político. Esses poderes foram corretamente desconsiderados pelos Policiais Federais, mas hoje a sociedade paga o preço de ter um Governo revanchista que jamais esquecerá que manter os Policiais Federais trabalhando é sinônimo de escândalos de corrupção virem à tona.
Pesquisa realizada entre os Policiais Federais revela que:
• 90% dos policiais federais afirmam haver controle político nas investigações da PF;
• Todos os cargos de chefias são escolhidos por critérios exclusivamente políticos;
• 75% dos policiais federais já presenciaram interferências externas;
• Existem índices altíssimos de doenças psíquicas e suicídios (11 suicídios no último ano);
• Cortes sucessivos de recursos têm sucateado a Polícia Federal no combate à corrupção;
• Por incompetência dos gestores, funções da PF são repassadas a outros órgãos;
• Lei que reconhece a perícia de impressões digitais foi vetada;
• Governo não reconhece em lei as funções de inteligência;
Influência Política Nas Investigações:
Uma pesquisa sobre a influência política nas investigações da PF, realizada pela Federação Nacional dos Policiais Federais (FENAPEF) entre os dias 16 e 21 de agosto, revela dados alarmantes. Aproximadamente 89,37% dos entrevistados acreditam que existe controle político das investigações, sendo que 75,28% dos policiais já presenciaram ou ouviram relatos sobre interferências no trabalho investigativo. Os efeitos disso não estão apenas na queda abrupta do número de inquéritos realizados nos últimos anos, que caiu 26% desde 2009.
Ineficiência do Modelo Investigativo:
No ano de 2012, apenas 3% (12 mil) dos inquéritos da Polícia Federal enviados ao Ministério Público Federal (MPF), em todo Brasil, resultaram em denúncias oferecidas à Justiça. Esses dados assustadores fazem parte do último cômputo divulgado pelo Conselho Nacional do Ministério Público, no estudo “MP – Um retrato”, atualizado até abril de 2013. Esses dados alarmantes mostram a ineficiência de um modelo investigativo burocratizado que não valoriza a experiência e a formação policial, onde a sociedade recebe resultados muito aquém do que os Agentes Federais poderiam proporcionar se tivessem autonomia para realizar as investigações em uma estrutura que preza-se pela meritocracia.
Assédio Moral e Perseguições:
Depressão e síndrome do pânico são doenças que atingem um em cada cinco dos nove mil agentes da Polícia Federal. Em um dos itens da pesquisa, 73 policiais foram questionados sobre os motivos das licenças médicas. Nada menos do que 35% dos entrevistados responderam que os afastamentos foram decorrentes de transtornos mentais como depressão e ansiedade.
Suicídios, e descaso da Administração:
Nos últimos dez anos, 22 agentes da Polícia Federal cometeram suicídio, sendo que 11 deles aconteceram entre março de 2012 e março deste ano: quase um morto por mês. O suicídio mata mais policiais do que as operações de combate ao crime. Em 40 anos, 36 policiais perderam a vida no cumprimento da função.
Do SINPEF/SE
