Adriana Justi, do G1 PR
A Polícia Federal (PF) está nas ruas para cumprir mandados referentes à 29ª fase da Operação Lava Jato desde a madrugada desta segunda-feira (23) em Brasília, Pernambuco e no Rio de Janeiro. A ação foi batizada de “Repescagem”.
Estão sendo cumpridos seis mandados de busca e apreensão, um de prisão preventiva e dois mandados de prisão temporária.
A prisão preventiva é contra João Cláudio Genu. Também estão sendo cumpridos dois mandados de busca na casa e no apartamento dele, no Rio de Janeiro.
Lucas Amorim Alves teve um mandado de prisão temporário expedido. A PF também cumpre dois mandados de busca na casa e no escritório dele.
A outra prisão temporária é contra Humberto do Amaral Carrilho.
Os policiais também cumprem um mandado de busca e apreensão na casa de Antônio Gontijo de Rezende, em Recife.
O G1 tenta contato com os advogados dos investigados.
A prisão temporária tem prazo de cinco dias e pode ser prorrogada pelo mesmo período ou convertida em preventiva, que é quando o investigado fica preso à disposição da Justiça sem prazo pré-determinado.
Os mandados foram expedidos em procedimento que investiga os crimes de formação de quadrilha, lavagem de dinheiro e corrupção passiva a ativa envolvendo verbas desviadas do esquema criminoso revelado no âmbito da Petrobras.
Segundo a PF,um dos investigados foi assessor do ex-deputado federal José Janene e tesoureiro do Partido Progressista. “Foi, juntamente com o deputado, denunciado na Ação Penal 470 do STF (Mensalão), acusado de sacar cerca de um milhão e cem mil reais de propinas em espécie das contas da empresa SMP&B Comunicação Ltda., controlada por Marcos Valério Fernandes de Souza, para entrega a parlamentares federais do Partido Progressista, no escândalo criminal conhecido vulgarmente por Mensalão”, disse a PF.
Segundo a PF, surgiram elementos probatórios que apontam a participação do investigado também no esquema criminoso que vitimou a Petrobras. As investigações apontam que ele continuou recebendo repasses mensais de propinas, mesmo durante o julgamento do Mensalão e após ter sido condenado, repasses que ocorreram pelo menos até o ano de 2013.
28ª fase
A 28ª fase, batizada de “Vitória de Pirro”, foi deflagrada no dia 12 de abril. A investigação focou na cobrança de propinas para evitar convocação de empreiteiros em comissões parlamentares de inquérito sobre a Petrobras em 2014 e 2015.
Foram presos o ex-senador Gim Argello, o assessor dele Paulo Cesar Roxo Ramos e o secretário-geral da Câmara Legislativa do Distrito Federal Valério Neves Campos. Os dois últimos tiveram a prisão temporária vencida e foram soltos.
Gim cumpre mandado de prisão preventiva e está detido no Complexo Médico-Penal, em Pinhais. Paulo Roxo também está detido no complexo médico.
Gim, à época, era membro da CPI no Senado e vice-presidente da CPMI, da Câmara e do Senado. Ele foi senador entre 2007 e 2015. O nome da operação significa uma vitória obtida a alto custo.
O nome de Argello pareceu nas delações do senador Delcídio do Amaral (sem partido-MS) e do dono da UTC, Ricardo Pessoa. O Ministério Público Federal(MPF) diz que há evidências de que o ex-senador pediu R$ 5 milhões em propina para a empreiteira UTC Engenharia e R$ 350 mil para a OAS. As duas empresas são investigadas na Lava Jato.
Os recursos foram enviados a partidos indicados por Gim – DEM, PR, PMN e PRTB – na forma de doações de campanha. O procurador Carlos Lima afirmou que o esquema de travestir propinas em forma de doações aparentemente legais “já existe e há muito tempo”.
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