No ano de 2012 o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) instaurou 359 inquéritos. Deste total, 132 com autoria definida alcançando um percetual de 36,77% de elucidação dos casos de homicídio. Já de janeiro a agosto deste ano o DHPP elucidou 136 casos de homicídios dos 267 investigados. O número aponta um percentual de resolução de 50,93%.
Estima-se, em pesquisas realizadas, inclusive pela Associação Brasileira de Criminalística, que foi elaborada no ano de 2011, que o percentual anual de elucidação de homicídios no Brasil tenha uma variação de 5% a 8%. Para se ter uma ideia, o índice de elucidação anual dos EUA chega a 65%. As pesquisas apontam, ainda, que o estado de Alagoas tem um número de elucidação anual que não chega a 2%.
A estatística de Sergipe é relativa aos homicídios registrados em Aracaju, Nossa Senhora do Socorro e São Cristóvão, onde o DHPP atua. “Nas outras cidades de Sergipe os casos são investigados pelas delegacias locais e pelas regionais. A principal causa dos crimes é o tráfico de drogas”, explicou a diretora do DHPP, Thereza Simony.
Ainda segundo Simony, não existe em Sergipe nenhum homicídio que não tenha um inquérito policial aberto para investigar o fato e se chegar a elucidação com autoria identificada. Para a delegada, a grande dificuldade ainda é o medo que algumas testemunhas tem de denunciar.
“Nos casos que encontramos maior dificuldade para se chegar a uma elucidação existem testemunhas que tem medo de prestar depoimento. Isso aliado a falta de provas materiais suficientes dificulta bastante o trabalho policial”, salientou Thereza.
Simony ainda afirma que os números vão melhorar ainda mais quando o Governo do Estado concluir o processo de reestruturação da Polícia Técnica, que foi iniciado com a assinatura de convênios com o Governo Federal que irão possibilitar a implantação Instituto de Análises e Pesquisa Forense (IAPF) e seu aparelhamento, passando pela realização de concurso público para perito criminal.
“Com os investimentos na Polícia Técnica vamos enriquecer o trabalho da investigação, pois teremos um ganho na prova material e crimes que não existem testemunhas, por exemplo, poderão ser desvendados”, comemora Thereza.
Zoneamento
No ano passado o DHPP configurou um novo modelo de atuação através do zoneamento, que nada mais é do que a divisão das tarefas dos setores do DHPP por área. Com isso, as equipes vem atuando em áreas específicas, conhecendo as suas atribuições, especificações e características dos territórios de atuação.
A iniciativa busca principalmente dá mais agilidade aos processos investigatórios e coibir os crimes em áreas críticas. “Buscamos a otimização dos trabalhos, dando um ‘plus’ nas investigações e buscando aumentar o nosso percentual de elucidação dos crimes, sem esquecer, é claro, de evitar que eles ocorram”, detalhou a delegada.
Estrutura
Desde o mês de junho de 2012 o DHPP funciona em um novo prédio que também abriga a 3ª Delegacia Metropolitana. A estrutura proporciona aos servidores da SSP e a população mais conforto e segurança.
O novo prédio está localizado na avenida Visconde de Maracaju, bairro Santos Dumont. Hoje o trabalho do DHPP é executado por cinco divisões que atuam em áreas específicas. O quadro de servidores da unidade é composto por seis delegados de polícia cada um com sua equipe específica.
“A nossa estrutura é uma das melhores do Nordeste. Hoje dispomos de um prédio moderno, amplo e confortável e com equipes comprometidas e preparadas”, finalizou Thereza.
Da SSP/SE