A polícia e o Ministério Público do Rio de Janeiro (MPRJ) realizam uma operação, na manhã desta terça-feira (12), para prender 38 pessoas, das quais 35 são bombeiros e suspeitos de receber propina para conceder licenças a estabelecimentos comerciais. Até as 7h20, nove pessoas tinham sido presas e levadas para a Cidade da Polícia.
Durante as investigações da polícia, foram interceptadas conversas telefônicas sobre um esquema de corrupção para expedir alvarás mediante o pagamento de propina aos militares. Os comandantes de alguns batalhões estão entre os citados na operação. Dentre os mandados de prisão, 30 são contra oficiais da corporação, incluindo 10 coronéis. Também estão sendo cumpridos mandados de busca e apreensão na Diretoria de Serviços Técnicos e nos gabinetes e armários de denunciados.
O esquema de corrupção ocorria principalmente no setor de engenharia do 4.º Grupamento do Bombeiro Militar de Nova Iguaçu, do 14.º Grupamento do Bombeiro Militar de Duque de Caxias e do Grupamento de Operações com Produtos Perigosos, do qual participavam oficiais bombeiros militares responsáveis por expedir documentação indispensável para o funcionamento de qualquer estabelecimento comercial.
As investigações começaram a apurar a prática criminosa no grupamento de Nova Iguaçu, mas a polícia identificou que o grupo atuava em um âmbito maior e a prática criminosa atuava em outros municípios.
Os militares recebiam propina para expedir os laudos técnicos de diversos estabelecimentos comerciias, tanto de pequeno, médio e grande portes. Para conceder essas licenças os bombeiros deveriam avaliar as instalações hidráulica e elétrica, assim como o posicionamento da saída de emergência e outros aspectos ligados a segurança do local. As licenças eram vendidas por R$ 750 até R$ 30 mil, dependendo do tamanho do estabelecimento.
De acordo com a denúncia do Ministério Público, três grupos atuavam no Corpo de Bombeiros. O primeiro era o núcleo da liderança, composto por assessores especiais de um comandante da corporação. Desse núcleo faziam parte Ricardo Luiz Ferreira de Aguiar e José Augusto da Cunha Bandeira, contra os quais estão sendo cumpridos mandados de prisão. A dupla indicava os responsáveis pelos quartéis apenas para aqueles que aceitassem participar do esquema.
O segundo núcleo era o da engenharia, composto pelos bombeiros responsáveis pela liberação dos alvarás e licenças dos estabelecimentos comerciais. O terceiro núcleo era composto por bombeiros da ativa e da reserva responsáveis por intermediar o esquema de propina, ou seja, era eles que recebiam o dinheiro dos comerciantes.
O primeiro militar preso que chegou à Cidade da Polícia, por volta das 6h40, foi um capitão do Corpo de Bombeiro do Recreio, na Zona Oeste.
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Por G1, RJ