Uma investigação de cinco meses do Complexo de Operações Policiais Especiais (COPE) e do Batalhão de Radiopatrulha, com apoio da Divisão de Inteligência Policial (Dipol) e Polícia Federal do Mato Grosso do Sul, desarticulou uma quadrilha interestadual de drogas e armas com atuação nos Estados de Sergipe, Bahia, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Ceará. Na operação, foi preso o chefe da quadrilha Adelmo de Andrade Santos, conhecido como ‘Barão’, e mais 12 pessoas.
Dos 13 presos apresentados pela polícia, cinco já estavam detidos em presídios de Sergipe. São eles: Claudiovan Santos de Jesus, o ‘Del’, Genildo Alexandre Ferreira, o ‘Magrão’, Irla Simone Santos, Maurício da Silva e Ricardo dos Santos de Albuquerque.
Em Sergipe, ainda foram presos André Cruz Timoteo, 28 anos, Lezeielin Alves Barreto, a ‘Leize’, 20, e Daiana Penalva de Farias, 22. Na Bahia, a polícia prendeu Armando Ferreira Rocha, Gilson Ferreira de Souza e Paulo Airton Teles dos Santos. No Estado do Mato Grosso do Sul, foi preso o fornecedor das drogas e armas, Emerson Quintana de Matos e Adelmo foi encontrado e preso na cidade de Auriflama, interior de São Paulo.
De acordo com o delegado Osvaldo Rezende, a polícia começou os trabalhos investigativos em agosto do ano passado a partir da prisão de duas pessoas no estacionamento de um hipermercado da zona norte de Aracaju. Os dois foram flagrados transportando 50 quilos de maconha escondidos dentro de uma carga de milho verde.
Pouco tempo depois, a partir da realização de outras prisões com as mesmas características, foi um montado um organograma com a atuação de cada membro da quadrilha, chegando-se assim ao nome do líder da organização criminosa e do fornecedor das drogas e das armas Emerson Quintana de Matos, 30 anos. “Esse foi um trabalho de uma ponta a outra, ou seja, prendemos o fornecedor, o líder da quadrilha e os transportadores das drogas e armas”, destacou Osvaldo
De acordo com o comandante da Radiopatrulha, major Vítor Anderson, todos os integrantes dessa quadrilha tinham atuação ativa na organização. O taxista Armando Ferreira Rocha, que reside na cidade de Esplanada (BA), por exemplo, usava o seu trabalho como taxista para transportar drogas para cidades da Bahia para Sergipe e daqui para o Estado vizinho. Já Magrão, embora preso em Sergipe, teve seus negócios ilegais na Bahia tocados pela esposa Daine.
“Daine acabou presa quando veio à Sergipe visitar o marido no presídio de São Cristóvão”, disse Vitor.
O delegado Osvaldo Rezende ressalta que Adelmo tem um padrão de vida superior em comparação com os demais integrantes do bando. “Ele investia em imóveis, pousadas, transporte escolar e usava tudo isso de fachada para comercializar arma e drogas sem levantar suspeitas. Os investimentos dele eram na Bahia e em outros Estados. Tudo está sendo catalogado para pedirmos expropriação na Justiça”, disse Osvaldo
Demonstrando ter muito dinheiro, Adelmo tentou corromper os policiais sergipanos que o prenderam em São Paulo oferecendo R$ 300 mil, sendo R$ 100 mil na hora e outros R$ 200 mil no dia seguinte. Com a recusa dos policiais, ele acabou sendo indiciado por mais um crime.
Fim da organização criminosa
O diretor do COPE, delegado Jonathas Evangelista, informou que outras pessoas podem ser presas nas próximas horas já que algumas equipes ainda estão fora do Estado tentando cumprir mais mandados de prisão. “Queremos desativar totalmente essa organização criminosa, inclusive no aspecto financeiro”, destacou Evangelista.
Operação Gavíria
A operação foi batizada com esse nome em referência ao presidente colombiano César Gavíria, que governou a Colômbia no início dos anos de 1990. O governo dele enfrentou os cartéis de Cali e Medellín e foi o responsável pela morte do “senhor das drogas”, como era conhecido o traficante Pablo Escóbar.
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Ascom/SSP/SE