O consultor da Organização das Nações Unidas (ONU) e uma das maiores autoridades do Brasil no tema mediação de conflitos, Juan Carlos Vezzullo, abriu na manhã desta terça-feira, 14, na Academia de Polícia Civil (Acadepol), um ciclo de 10 palestras, que serão realizadas ao longo de 2015, dentro do Projeto Acorde – porque conversar resolve.
O Acorde é uma iniciativa da Superintendência da Polícia Civil e tem como objetivo trabalhar na área de prevenção a criminalidade e vigilância, fazendo a mediação de conflitos no atendimento de ocorrências de menor potencial ofensivo. O evento foi amplamente prestigiado por autoridades e pela comunidade do bairro Santa Maria, onde o projeto foi inicialmente implantado como piloto e que atraiu atenção do Governo Federal.
O Projeto Acorde está inserido dentro das ações do Programa Brasil mais Seguro da Secretaria Nacional de Segurança Pública do Ministério da Justiça (Senasp/MJ). O investimento federal no projeto está orçado na ordem de R$ 1,3 milhão. A superintendente executiva da SSP, Rosenice Figueiredo, destacou a importância do projeto e disse que o futuro da polícia passa pela mediação de conflitos.
Desde setembro de 2013, a Acorde realizou 1.300 atendimentos, sendo 250 já nos primeiros meses de 2015. Segundo a delegada Daniela Lima Barreto, a idéia é diminuir o índice de criminalidade, resolvendo os pequenos conflitos e impedindo que ele se transforme em problemas maiores.
“Esse ciclo de palestras visa qualificar o policial. É preciso que o policial tenha habilidade de apurar, investigar, prender e mediar, pois não trabalhamos somente com graves conflitos penais, mas com pequenos conflitos que muitas vezes são as sementes dos conflitos maiores,” ressaltou a delegada.
Para trabalhar no projeto os policiais civis passaram por um treinamento especializado com foco no diálogo. Além do Santa Maria, o projeto será ampliado para mais quatro unidades na capital e quatro delegacias no interior. “O projeto onde foi aplicado foi bastante exitoso e os resultados apresentaram redução nos registros de menor potencial ofensivo e, sobretudo, na reincidência e acirramento desses conflitos”, destacou o coordenador das Delegacias da Capital, delegado Paulo Ferreira.
Para o professor Vezzullo, mediação de conflitos passa por uma mudança de paradigma. Em outras palavras, para o especialista é preciso acabar com a visão de que quem mora nas periferias são maus. “O Estado precisa pensar a mediação de conflitos sob a perspectiva da autonomia do cidadão, apresentando a ele ferramentas que o habilite a resolver seus próprios problemas e não somente de pedir à autoridade que resolva”, enfatizou.
Prestigiaram o evento guardas municipais de Aracaju e de várias cidades do interior, representantes da Defensoria Pública, Ministério Público, OAB, Polícia Rodoviária Federal, Associação dos Delegados de Polícia Civil de Sergipe (Adepol), conselhos de segurança, pesquisadores da UFS, Poder Executivo e Legislativo de Aracaju, e demais autoridades.
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Informações da Assessoria de Comunicação/SSP/SE