Uma denúncia levou o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) ao município de Canindé de São Francisco para averiguar a captura ilegal do crustáceo da espécie Macrobrachium Carninus, conhecido popularmente como pitú. Se não bastasse a captura que é proibida desde 2004 em Sergipe, os pescadores estariam usando um tipo de veneno para matar o animal.
O engenheiro de pesca do Ibama, Salustiano Marques dos Santos explica que o Ibama recebeu a denúncia de que alguns pescadores estavam usando veneno para fazer a captura de crustáceos, e quando chegaram ao local verificaram a veracidade do problema. “É uma coisa extremamente grave, estamos fazendo um trabalho de inteligência e de análise deste caso, fomos até o local, conversamos com os pescadores do Baixo Francisco e explicamos o problema de usar esse produto. Além de matar o pitú, outros animais também são mortos em decorrência do uso do veneno”, explicou.
Outro problema decorrente da utilização desse produto, é que o consumo do animal pode ser perigoso. “Não se deve consumir um animal como esse. Por isso os pescadores já foram alertados sobre o crime que estão cometendo, que além de ser um crime ambiental é um crime contra a saúde pública”, deixa o alerta.
Salustiano Marques informa ainda que a captura e comercialização do pitu está proibida por meio da portaria nº 05/2004 do Ministério do Meio Ambiente em vários estados brasileiros, por estar em risco de extinção. Em Sergipe existem duas espécies, Macrobrachium Carninus e o Macrobrachium acanthurus; somente a captura do acanthurus é permitida. “Desde que a portaria saiu em 2004, que o Ibama em Sergipe vem realizando esse trabalho de conscientização e campanhas, fazendo ações de fiscalização, vários pontos de pescas são fiscalizados”, frisou.
Os principais locais que o pitú é encontrado é na região de Propriá e no Baixo São Francisco. Quem capturar esses animais pode levar multa de R$ 700 a R$ 100 mil, e todo o equipamento de pesca é recolhido. Ainda pode poderá responder ao processo administrativo e criminal. ”Quem tiver alguma denúncia ou dúvida sobre o crustácel que está consumindo pode ligar para o 3712-7440”, conclui Salustiano Marques, engenheiro de pesca do Ibama.
Com informações de Grecy Andrade/ Equipe JC