Petroleiros de todo país cruzam os braços nesta sexta-feira (24). A greve nacional, convocada pela Federação Nacional dos Petroleiros (FNP) e pela Federação Única dos Petroleiros (FUP), questiona a política de desinvestimento e o plano de venda de ativos da Petrobras anunciados pela presidente Dilma Rousseff (PT) e pela diretoria executiva da empresa.
“A saída encontrada pelo governo federal e pela diretoria executiva da Petrobrás diante à crise que passa a empresa, devido aos escândalos de corrupção, é o desmantelo geral da principal empresa brasileira. Não podemos aceitar isso. O plano é venda de ativos da Petrobrás, isto é, vender patrimônios como a BR Distribuidora, usinas térmicas, dutos e gasodutos, campos do pré-sal e as fábricas de fertilizantes. A meta com esse plano é entregar o equivalente a R$183 bilhões até 2018. Este montante é maior do que o atual valor de mercado da empresa cotado em R$140 bilhões”, diz Bruno Dantas, diretor do Sindipetro AL/SE.
Bruno destaca também as demissões que estão ocorrendo em grande escala devido a paralisação das obras na Petrobrás. “Devido o envolvimento das empreiteiras no escândalo do Lava Jato as obras foram paralisadas. Os petroleiros terceirizados foram os mais atingidos. Estes têm as piores condições de trabalho e maior exposição aos riscos, agora vêm pagando com seus empregos a conta de uma crise que não são responsáveis. Estamos sentido isso aqui em Sergipe, principalmente no campo de Carmópolis com o fim de contratos. Muitas vezes estes trabalhadores recebem calote no pagamento de seus direitos. A expectativa é que 100 mil trabalhadores terceirizados sejam demitidos em todo o Brasil. Mas, a julgar pelas mais de 85 mil já concretizadas, as demissões podem ultrapassar em muito este valor”, afirma o sindicalista.
“Jogaremos todos os esforços necessários para barrar este desmantelo da empresa. Precisamos derrotar a política de privatização imposta pela presidente Dilma e pela diretoria executiva da empresa. Bem como, barrar o Projeto de Lei do senador José Serra (PSDB-SP) que busca piorar a já entreguista lei da partilha, propõe retirar a participação de 30% da Petrobrás e seu papel como operadora única do pré-sal”, diz Bruno Dantas.
Quanto ao tema da corrupção na Petrobrás, o diretor do Sindipetro defende punição aos envolvidos. “Defendemos a prisão e o confisco dos bens de todos os envolvidos nos esquemas de corrupção. A Petrobrás é do povo brasileiro e precisa ser defendida e valorizada. Que seja retomado o monopólio estatal do petróleo, com a Petrobrás 100% estatal e pública”, enfatizou Bruno Dantas.
O Sindipetro AL/SE aponta que a crise que atinge a Petrobrás tem seus reflexos em Sergipe. “Todo o plano de investimentos e negócios foi alterado. As explorações previstas em águas profundas, em Sergipe, para 2018 2 2020, foram retiradas do plano. Esse processo de desinvestimento tem gerado desemprego, muitas vezes calotes nos direitos trabalhistas dos petroleiros terceirizados, os principais atingidos. Cidade como Carmópolis sente fortemente esse baque com os fins de contratos e redução dos royalties”, diz Gilvani Alves, diretora do Sindipetro AL/SE e funcionária da Petrobrás em Carmópolis.
A entidade sindical faz críticas à postura do governador Jackson Barreto (PMDB). “Infelizmente, não temos visto nenhuma atitude concreta do governador Jackson Barreto sobre este tema. É necessária uma postura firme do governador diante ao desmantelo da Petrobrás. Com a privatização da Fafen, dos dutos e gasodutos, da BR Distribuidora perdemos todos nós. Esse setor é de extrema importância para economia sergipana. Nosso sindicato vai protocolar um pedido de reunião com o governador para tratar este tema”, afirma Alves.
Quanto ao tema dos empregos, Gilvani Alves defende a retomada das obras na empresa. “A crise na Petrobrás que tem levado à paralisação das obras de expansão da empresa revela que hoje estamos reféns de grandes construtoras privadas, que tem apenas interesse nos lucros e no jogo sujo da corrupção. Defendemos a que a presidente Dilma crie uma empresa estatal de obras públicas para retomar os projetos paralisados e manter os empregos dos trabalhadores. A saída para a crise é o fortalecimento da Petrobrás como empresa 100% estatal”, afirma a sindicalista.
Com informações do Sindipetro e do G1 em Sergipe