Mariana Palma do G1, em São Paulo
Atividade física nunca foi um problema na vida da paulistana Daniela Sana – desde os 4 anos de idade, ela se dedicou à natação e, quando terminou o ensino médio, decidiu que era aquele o caminho que queria seguir na faculdade. O problema é que, mesmo trabalhando como personal trainer e professora, Daniela sempre esteve acima do peso. “Quando eu chegava aos lugares que me indicavam, algumas pessoas comentavam e duvidavam que eu podia dar aula”, lembra.
Em 2011, com 107 kg, a professora passou por mais uma situação complicada ao começar em um novo emprego. “Perguntaram qual tamanho de maiô eu usava e eu disse que era GG, mas quando fui me trocar, não entrou. Passei muita vergonha e ali já serviu como um toque”, diz.
Além do trabalho, Daniela já havia passado por outras situações, entre amigos e família, que a fizeram pensar em mudar de vida. “Fui convidada para ser madrinha de um casamento e todas precisavam usar um vestido rosa, mas como eu vestiria rosa daquele tamanho?”, lembra.
Por causa desse e de outros motivos, em abril de 2013, a paulistana resolveu definitivamente tomar uma atitude. “Eu decidi mudar, não porque não gostava de mim, mas por questão de saúde e bem-estar”, afirma.
Com a questão da atividade física bem resolvida, Daniela precisava então pensar em solucionar o outro problema: a alimentação. “Durante a minha vida toda, eu só comi e, por fazer muito exercício, sentia também muita fome. O problema não era nem a pizza do fim de semana, mas o dia a dia mesmo”, conta. Para conseguir mudar o padrão alimentar, ela resolveu colocar em prática o que havia aprendido na faculdade e adotou uma estratégia. “Se eu cortasse tudo de uma vez, eu não ia conseguir, então pensei no que eliminar primeiro, que foi o refrigerante”, lembra.
Nos primeiros 15 dias, Daniela ficou sem refrigerante e, depois de perceber que era possível, decidiu cortar também o doce. “Minha mãe fazia muito doce para me agradar, então eu pedi para ela parar, porque eu não ia mais comer”, diz. Um mês depois, sem refrigerante e sem doce, ela começou a fazer substituições e os primeiros a saírem de campo foram os alimentos refinados. “Troquei tudo por integral. E com isso, no primeiro mês, já se foram 4 kg”, lembra.
Outro hábito importante com o qual a professora precisou se acostumar foi a alimentação fracionada – com chuva ou sol, dentro ou fora da piscina, ela começou a comer religiosamente a cada três horas. “Eu posso estar em um aniversário ou dando aula, eu vou comer nesse intervalo, é uma regra”, diz.
Após cerca de um ano e meio, Daniela conseguiu chegar aos 77 kg, 30 kg a menos na balança – tudo, segundo ela, graças principalmente à alimentação. “A reeducação alimentar somou-se à atividade física que eu já fazia”, defende. Com o novo peso, ela pôde vestir o tão temido vestido rosa no casamento da amiga. “Muita gente ainda não tinha me visto e tomou um susto quando eu entrei na igreja”, lembra, satisfeita.
Mas não foi apenas o peso que mudou – Daniela diminuiu quase 10 números de manequim e começou a realizar movimentos simples que antes não conseguia. “Segurar os braços para trás e calçar um sapato em pé, por exemplo, era muito difícil”, lembra. Todas as conquistas foram uma confirmação para a professora de que o esforço valeu a pena e agora, mais magra e mais feliz, ela indica a “fórmula” para quem também precisa emagrecer. “Tenha um objetivo. Pode ser difícil no começo, mas passa. E vale muito a pena depois”, acredita.
Hoje, a professora continua com o novo estilo de vida e jura que não vai mais voltar a ganhar peso. “Levo isso para a minha vida. Meu estômago diminuiu de tamanho e não consigo mais comer do jeito que eu comia”, diz. Com 77 kg, ela diz que atingiu sua meta, mas não pelo peso, e sim pela reeducação. “O peso foi só uma consequência. Eu precisei passar por algumas humilhações para acordar e nunca imaginei que ia dar tão certo”, conclui.
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