DO G1, SE
O Parque Nacional Serra de Itabaiana, localizado na região agreste de Sergipe, tem cerca de oito mil hectares em uma área de transição entre Mata Atlântica e caatinga. No local, é possível encontrar uma grande variedade de fauna e flora, mas ações irregulares como instalações ilegais de antenas, extração de minérios e construções estão ameaçando o ecossistema da região.
Administrado pelo Instituto Chico Mendes, o parque é formado pelas serras Itabaiana, Comprida e Cajueiro e foi criado em 2005 para preservar o ecossistema local, mas acabou se transformando em um ponto de turismo ecológico e de pesquisa acadêmica.
“A degradação do meio ambiente permite o desaparecimento de bichos como já existiram nessa região e que não encontramos mais. Se a gente não tomar o cuidado necessário com o que ainda resta os outros animais que existem também tendem a desaparecer”, explica Marleno Costa, analista da Serra de Itabaiana.
Irregularidades
O parque é área de conservação e proteção integral e para construir no local é preciso a autorização do Instituto Chico Mendes. Porém no mês de outubro foram constatadas irregularidades na Serra Cumprida.
Duas torres de celular foram instaladas e um muro foi erguido de forma irregular. Por causa disso, o instituto instaurou ação administrativa e três autos de infração que foram encaminhados para os responsáveis que devem pagar multas entre R$ 50 mil e R$ 100 mil.
No caso das antenas instaladas antes do local ser transformado em Parque Nacional, o instituto vai fazer um Termo de Ajustamento de Conduta. “Ela vão continuar onde estão porque já existiam antes da criação do parque, mas é preciso que de alguma forma haja um controle para que não se expanda mais ou até para que possa gerar um benefício para a unidade de preservação através de uma compensação”, afirma Marleno Costa.
Extração ilegal
A dez quilômetros do local onde estão as antenas são encontradas mais irregularidades. Moradores do Povoado Caroba em Areia Branca fazem extração de pedra calcário e revendem para a construção civil. São mais de 20 crateras espalhadas pelo parque. Cerca de seis metros cúbicos do mineral foram apreendidos e o responsável autuado.
“A gente está com uma ação mais efetiva para ver se a gente consegue coibir essas ações de degradação ambiental aqui na unidade de conservação”, enfatiza Marleno. O Ministério Público Federal (MPF) ajuizou ação contra o empresário que extraiu pedras irregularmente.
A procuradora Lívia Nascimento Tinôco também está processando outro empresário acusado de construir o muro ao redor de uma antena que a gente acabou de mostrar na reportagem.
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