Sua história se confunde com o desenvolvimento econômico e o fortalecimento do agronegócio em Sergipe, estamos falando do Parque de Exposição João Cleophas, localizado na rua Alagoas, no bairro José Conrado de Araújo, em Aracaju.
Desde 2011 o local é administrado pela Federação Agropecuária de Sergipe (Faese/SE) que recebeu do Governo do Estado a Cessão de Uso. “Toda a manutenção é de responsabilidade da Faese/SE. Mantemos a segurança, iluminação, pintura, água, gramado, entre outras coisas”, pontua o presidente da Federação, Ivan Apóstolo Sobral.
O espaço, que conta com 143 mil/m², atende todo o setor agropecuário sergipano sendo a sede de grandes eventos da área como feiras, exposições e também abriga a estrutura física de 13 instituições em funcionamento. São elas: a Faese/SE, o laboratório da Emdagro, a Associação de Criadores de Mangalarga Marchador, a Associação de Criadores de Quarto de Milha, a Associação dos Avicultores, a Associação de Criadores de Caprinos e Ovinos, o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar/SE), o Sindicato dos Produtores Rurais, a Associação Sergipana de Tambor e Baliza, a Cooperativa dos Avicultores, a Cooperativa dos Apicultores do Estado de Sergipe, a Associação Ornitológica e a Associação dos Oficiais Reformados.
“Instituições que não possuem prédio próprio e não podem pagar um aluguel foram agraciadas pelo Governo do Estado e se instalaram no Parque. Elas geram emprego e renda. Apenas no Sistema Faese/Senar são 23 funcionários. Muitas pessoas que trabalham aqui dependem desse lugar para continuar sustentando suas famílias”, explica Sobral. Outro ponto de destaque lembrado por Ivan Sobral é que a proximidade das instituições do setor facilita a comunicação e o trabalho conjunto. “A ideia do Governo do Estado em concentrar todas as atividades do agronegócio no Parque foi excelente e faz nosso trabalho desenvolver”.
Todos os anos, constam no calendário do João Cleophas: Exposições do Mangalarga Marchador; Especializada em Ovinos e Caprinos, Feira Agropecuária de Sergipe e Exposição Agropecuária de Sergipe, este último realizado pelo Governo do Estado com apoio da Faese/SE. Se o Parque deixasse de existir, promoções relevantes como estas seriam comprometidas, já que a Grande Aracaju não possui outro espaço para receber realizações públicas do setor. “Aracaju concentra os grandes eventos porque todos passam pela capital. Em Nossa Senhora da Glória há um Parque, porém, quem está na região Sul não vai para Glória. Há outro espaço em Lagarto, mas quem está em Canindé do São Francisco não vai para lá”, observa o presidente da Faese/SE.
Todos os eventos realizados no Parque são gratuitos e abertos à comunidade. Em cada exposição, a média de visitação é de 40 mil pessoas. Além disso, durante as feiras são gerados uma média de 15 empregos diretos e 40 indiretos, mais da metade dessas contratações, são de pessoas que residem no entorno do Parque. “Elas trabalham na limpeza diária e no pós-evento, fazendo a limpeza geral e também trabalham para os expositores. Todo o serviço de limpeza acontece sem ajuda de nenhum órgão público, é tudo por conta da Federação, locamos caçamba, enchedeira e a mão-de-obra que é da própria comunidade”, explica Ivan Sobral.
A desativação do Parque João Cleophas seria um retrocesso para a atividade agropecuária do Estado. Nos últimos 20 anos, a produção de leite cresceu 250%, a área plantada com milho aumentou em 250%, a cana de açúcar em 120%. Produtos como o suco de laranja e o açúcar são as maiores pautas de exportação do Estado. O Valor Bruto da Produção Agropecuária, ou seja, a soma de toda a produção agrícola chega ao montante de R$ 1,6 bilhões. Nossas maiores culturas: a cana, a laranja, o milho, a mandioca, o feijão, dentre outros representam 70% destes recursos, enquanto a pecuária com as carnes e o leite representam 30%.
Os números demonstram a potência do setor que cresce a cada ano e a cada evento promovido no João Cleophas. Na última Feira Agropecuária de Sergipe, que aconteceu em março deste ano, foram gerados R$ 3,5 milhões em vendas de máquinas, equipamentos, insumos, leilões de animais e prestação de serviço. Além disso, foram recebidos 180 bovinos, 670 ovinos/caprinos, 120 equinos, um total de 970 animais. Em sete dias de feira 130 expositores dos estados de Sergipe, Bahia, Alagoas, Pernambuco, Rio Grande do Norte e São Paulo apresentaram o que há de mais inovador no setor.
Lazer – No tocante ao pleito da comunidade em transformar o Parque de Exposições em uma área de lazer, a direção da Faese/SE se solidariza com a população. “Preocupa-nos a situação, nós inclusive temos funcionários que moram na região. A Federação apoia a ideia da construção de uma área de lazer”, diz Ivan Sobral.
A diretoria da Faese/SE lembra que muito próximo do Parque existe um espaço que pode se tornar um espaço de convivência para os moradores. “Na avenida Maranhão, onde são colocadas as barracas de fogos no período junino há a possibilidade de ser construída uma área de lazer. Aquele é um terreno que só tem ocupação no São João e o restante do ano não tem utilidade”, informa Ivan Sobral. Ele ainda assegura que o João Cleophas está aberto à população para visitação e convida os políticos para conhecer a estrutura do local e as dificuldades. “Quem tiver interesse pode ajudar no que for possível”.
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