por Ascom/SINDIFISCO
Com base no Relatório Resumido de Execução Orçamentária (RREO) e o Relatório de Gestão Fiscal (RGF), referentes ao período de setembro de 2014 a agosto de 2015, os trabalhadores e servidores públicos do Estado de Sergipe provam mais uma vez que não tem fundamento o discurso do Governo de que não vai cumprir os acordos firmados com os trabalhadores porque o Estado está quebrado.
Em Entrevista Coletiva realizada na manhã de ontem, dia 16/10, na sede do SINDIFISCO, o presidente do sindicato Paulo Pedrosa explicitou que após o pagamento de todas as despesas, o Estado de Sergipe ainda acumulou um saldo positivo de R$ 287 milhões do começo do ano até agosto de 2015, portanto não é por falta de receita que o Estado vem atrasando e parcelando o salário dos trabalhadores e servidores públicos do Governo, mas como parte de uma política de desvalorização dos trabalhadores e achatamento salarial.
A informação apresentada torna insustentável a justificativa de falência do Estado como motivo para o parcelamento e atraso do salário dos servidores, pois em agosto de 2014, quando havia um superávit menor, na ordem de R$ 120 milhões, esta medida drástica de parcelar salário dos trabalhadores não foi tomada.
A Coletiva de Imprensa também contou com a avaliação do DIEESE, da Central Única dos Trabalhadores (CUT), CTB, SINTESE, SINDASSE, ADEPOL, SINTASA, SINTRASE, SENGE e SINTER/SE.
Dirigente do SINTESE, o professor Joel Almeida acrescentou que se não há motivo para parcelar salário dos servidores, pois o que há é um saldo positivo nas contas alcançando para além do que se atingiu no ano passado, a situação da educação é ainda mais favorável. “A educação tem recurso próprio, portanto nenhum argumento de crise pode servir de desculpa para que o Governo não Pague o Piso do Magistério em todas as carreiras. Mas o Governo prefere manter este discurso, não cumprir com o compromisso firmado com os professores e ainda efetuou cortes indevidos nos contracheques dos professores que ainda não foram devolvidos…”, denunciou.
Dois profissionais que atuam na área da saúde, o assistente social Anselmo Meneses (SINDASSE) e o técnico de enfermagem Valmir Atitude (CUT), abordaram o problema da falta de transparência e a estratégia do governo de ignorar as denuncias feitas pelos sindicatos. “A fundação hospitalar de saúde é uma bomba prestes a explodir. Se o Governo tivesse atendido o MPF e aberto as contas da saúde, a população teria a segurança de não ficar desassistida e os 6 mil trabalhadores teriam mais segurança de que não seriam demitidos da noite para o dia. Sem esta atitude, o Governo coloca na berlinda os trabalhadores concursados da FHS”
Para o dirigente da CUT Valmir Atitude, a cada dia o discurso do Governo perde mais credibilidade. “A CUT sempre cobrou mais transparência sobre as contas do Governo e até o presente momento nenhum representante do Executivo estadual tem confrontado os dados apresentados pelos trabalhadores. Formulamos uma lista de questionamentos que não foram respondidos, as promessas não cumpridas e atentamos para o fato desta demonstração feita pelos dirigentes do SINDIFISCO tomarem como base os dados divulgados pelo próprio Governo”.
Técnico do DIEESE, Luís Moura avaliou que não há diálogo concreto do Governo com os trabalhadores, pois nenhuma das pendências e compromissos firmados são cumpridos. “A principal preocupação do DIEESE, enquanto analista técnico do mercado de Sergipe, é o reflexo do não reajuste dos servidores no mercado de consumo, pois isto afeta diretamente a economia sergipana, por conta do arrocho salarial que os servidores estão vivenciando. É bom lembrar que o Estado é o principal contratador em Sergipe, é o grande empregador da nossa economia. Quando o Governo decide não reajustar o salário e atrasar o salário dos servidores, ele penaliza a economia do Estado de Sergipe”.