O Palmeiras está mais perto de acabar com o jejum de títulos nacionais. Na noite desta quinta-feira, o time dirigido pelo técnico Luiz Felipe Scolari exibiu problemas na defesa, mas foi eficiente nas bolas paradas para derrotar o Coritiba por 2 a 0, na Arena Barueri, no primeiro confronto da decisão da Copa do Brasil.
Apesar dos sustos que levou atrás, principalmente no primeiro tempo, o Palmeiras abriu o placar nos acréscimos da etapa, quando Valdivia converteu cobrança de pênalti, sofrido por Betinho em batida de falta de Marcos Assunção.
Na etapa final, o pé calibrado do capitão voltou a ajudar o Verdão, pois Thiago Heleno aproveitou cobrança de falta de Assunção para marcar de cabeça. Com a vantagem no placar, Felipão ainda perdeu Valdivia, expulso pelo árbitro.
O segundo jogo da decisão será disputado no dia 11, no Couto Pereira, e o Palmeiras terá a vantagem de ser campeão mesmo em caso de derrota por um gol de diferença.
Antes, no domingo, as duas equipes jogam pelo Campeonato Brasileiro. O Palmeiras enfrentará a Ponte Preta, às 18h30 (de Brasília), no estádio Moisés Lucarelli. Já o Coritiba duelará com o São Paulo, às 16 horas, no Morumbi.
O jogo: A estratégia do Coritiba funcionou melhor no início da partida, pressionando a saída de bola do Palmeiras e aproveitando os erros de passes da equipe de Felipão. Além disso, Marcelo Oliveira armou seu time para explorar os contragolpes na Arena Barueri. Assim, a primeira grande chance do Coxa saiu em uma resposta aos donos da casa.
Aos oito minutos, Marcos Assunção cobrou falta para a área e a defesa coxa-branca conseguiu afastar. No contra-ataque, Júnior Urso avançou livre pela esquerda, ganhou na corrida de Márcio Araújo e saiu de frente para Bruno, que fez grande defesa para salvar a equipe local.
Na jogada seguinte, depois de cruzamento da esquerda, Rafinha apareceu atrás da defesa, perto da pequena área, e errou o alvo na finalização. Diante de um time mais organizado, o Palmeiras sentiu falta de seu homem de referência na frente, Hernán Barcos, vetado por conta de uma crise de apendicite. Substituto do argentino, Betinho era facilmente anulado pelo sistema defensivo paranaense.
Desta forma, coube ao time anfitrião apostar na individualidade de Valdivia, que driblou Júnior Urso perto da linha de fundo, invadiu a área e caiu, pedindo pênalti, mas o árbitro mandou seguir. A jogada não mudou o panorama do confronto, que continuou sob domínio do Coxa.
Aos 20, Willian Farias percebeu um buraco na zaga palmeirense, entrou na área pela direita e arrematou cruzado, alto, mas Bruno fez outra boa defesa. Pouco depois, Rafinha bateu falta da esquerda direto para o gol e Bruno se esticou para evitar por cobertura, mas o árbitro paralisou antes ao constatar irregularidade do ataque visitante.
O Coxa seguiu pressionando os donos da casa. Depois de bola espirrada na intermediária, Gil e Everton Costa apareceram livres na área e Bruno hesitou, mas saiu do gol para tirar. Esperança do sistema ofensivo palmeirense, Valdivia se irritou com a falta de colaboração dos colegas, reclamando, em jogadas diferentes, com Artur e Juninho.
Sem conseguir dar sequência aos lances do camisa 10, o Palmeiras recorreu à bola parada. Aos 38, Marcos Assunção levantou na área em cobrança de falta e viu Thiago Heleno desviar de cabeça para fora. Do outro lado, Everton Costa recebeu lançamento, dominou no peito e girou para bater, obrigando Bruno a segurar.
Já nos acréscimos, o Palmeiras abriu o placar. Marcos Assunção bateu falta para a área e, depois de desvio na primeira trave, o árbitro assinalou pênalti de Jonas sobre Betinho. Os jogadores do Coritiba reclamaram bastante da decisão de Wilton Pereira Sampaio, que ainda aplicou cartão amarelo ao lateral direito. Aos 46, Valdivia cobrou no canto oposto ao do salto do goleiro Vanderlei, abrindo o placar.
Assim como na etapa inicial, o Coritiba voltou melhor para o segundo tempo, com uma sequência de jogadas de bola parada, afastadas pela zaga palmeirense. Márcio Araújo ainda quase complicou ao perder a bola na tentativa de sair jogando, mas parou a jogada cometendo falta, que custou um cartão amarelo.
Apesar de segurar mais a bola, Marcelo Oliveira viu que seu time passou a criar menos, motivando a saída de Everton Ribeiro para a entrada do ex-palmeirense Lincoln, vaiado pelos torcedores mandantes.
Porém, o perigo saiu em jogada do time da casa. Juninho dominou pela esquerda e finalizou com perigo. A bola bateu no peito de Vanderlei, que conseguiu fazer a defesa em seguida. Aos 20, a torcida palmeirense vibrou novamente, com fogos e papel picado. Marcos Assunção cobrou falta da intermediária, e o zagueiro Thiago Heleno completou de cabeça para fazer o segundo gol.
Pouco depois, o camisa 20 teve nova oportunidade em batida de fora da área, mas Vanderlei segurou no meio do gol. A vantagem maior no placar desestabilizou o Coxa, e o treinador tirou Gil para a entrada de Anderson Aquino.
A festa entre os palmeirenses nas arquibancadas foi interrompida aos 25 minutos, quando Valdivia cometeu falta no meio-campo sobre Willian Farias e levou seu segundo cartão amarelo, sendo expulso.
Para tentar aproveitar a oportunidade de atuar com um jogador a mais, o técnico coxa-branca tirou Júnior Urso e mandou o experiente Tcheco a campo. Na tentativa de esfriar o jogo, o Palmeiras passou a tocar a bola na frente. Já Felipão procurou renovar o fôlego do time, com Maikon Leite na vaga de Mazinho.
Na primeira jogada que participou, Maikon Leite desperdiçou uma chance incrível, pois recebeu lançamento em velocidade, driblou o goleiro e chutou errado, facilitando para a zaga tirar quase em cima da linha.
Luiz Ricardo Fini e Marcelo Belpiede Barueri, Gazeta Esportiva (SP)