Ela foi dada como morta e, 12 horas depois, seus pais a encontraram movendo-se no caixão do necrotério onde haviam ido para dar o último adeus à criança.
Este é o incrível caso da pequena Luz Milagros, bebê prematura que foi dada como morta em um hospital na província do Chaco, no norte da Argentina, após médicos não verificarem sinais vitais na menina.
Mas agora a bebê, nascida após seis meses de gestação, está em terapia intensiva, ainda sem previsão de alta.
A representação do Ministério da Saúde do Chaco suspendeu cinco médicos da unidade hospitalar enquanto investiga o caso.
Os pais da menina receberam uma certidão de óbito uma hora antes de irem se despedir da menina no necrotério.
“Obviamente houve um erro médico protocolar (…) foi um fato lamentável, que por sorte está sendo controlado, e toda a assistência médica está sendo dada à pequena Luz Milagros”, disse à imprensa local o ministro da Saúde Pública do Chaco, Francisco Baquero.
Especialistas que examinaram o caso afirmaram que é muito provável que por ter permanecido em baixas temperaturas no caixão, a bebê (de apenas 28 semanas), pode ter conseguido manter seus órgãos vitais em funcionamento.
‘Não insólito’
“É uma situação lamentável, mas não insólita”, sublinhou ao jornal Clarín o neurologista Claudio Solana. “Os bebês prematuros às vezes nascem sem frequência cardíaca nem respiratória. Sem sinais de vida. O comum é deixá-los em observação por pelo menos duas horas. Às vezes eles se reanimam e recuperam os sinais vitais”, explicou Solana.
A bebê, que nasceu no Hospital Perrando, em Resistência, se chamaria Luciana Abigail, mas seus pais mudaram o nome para Luz Milagros, por acreditarem que foi um milagre a volta da menina à vida.
De acordo com a versão dos pais da criança, a notícia precipitada da morte da menina foi dada poucos instantes depois do parto.
“Houve muitas coisas que me chamaram a atenção, primeiro que não me deixaram ver o corpo de minha filha, e levarem-na para o necrotério, onde colocaram no caixão e fecharam”, contou o pai, Fabián Verón.
“Minha filha esteve 12 horas no necrotério e até o momento, no lugar de uma certidão de nascimento, só temos uma certidão de óbito”, disse a mãe, Analía Bouter.
Ele ainda lembra do instante em que voltou a esperança no que parecia um caso perdido, quando abriram o caixão.
“De repente, escutei um gemido, um choro fraco, ela estava coberta por uma fina camada de gelo”, contou a mãe. “A alegria de saber que estava viva apagou todo o resto”.
A pequena Luz Milagros, segundo o último boletim médico, de quarta-feira, permanecia estável, mas em estado “crítico”. Ela pesa apenas 750 gramas.
“Ela está conectada a um respirador, para que não se esforce, e se recupera”, afirmou a mãe.
O casal tem dois filhos.