MARTÍN FERNANDEZ , ENVIADO ESPECIAL A MANCHESTER
Vale um lugar na final olímpica, vale a chance de disputar a inédita medalha de ouro no futebol. E pode valer cerca de R$ 180 mil para cada jogador do Brasil. Segundo a Folha apurou, é este o valor que a CBF estipulou para os atletas em caso de conquista do primeiro lugar nos Jogos de Londres.
Nesta terça-feira o Brasil enfrenta a Coreia do Sul, às 15h45 (de Brasília), em Manchester, na semifinal do torneio de futebol. Se ganhar, volta a uma final olímpica após 24 anos –foi prata em Seul-88 e também em Los Angeles-84. Uma derrota limitaria as aspirações da seleção brasileira à disputa do bronze.
Só haverá premiação em caso de medalha de ouro. O valor é semelhante ao que se pagaria se o time tivesse vencido a Copa América de 2011 –caiu nas quartas de final, derrotado pelo Paraguai.
Ao contrário de torneios organizados pela Fifa (como Copas do Mundo e das Confederações), a Olimpíada não premia com dinheiro o vencedor. Assim, saem dos cofres da CBF os recursos para remunerar atletas, comissão técnica e funcionários da seleção em caso de título olímpico.
Os valores foram definidos ainda no Rio, antes de o time embarcar para Londres. “Isso não é o mais importante, não é o que nos motiva. Estamos aqui para fazer história, tentar ganhar o primeiro ouro”, disse o capitão Thiago Silva, que disputa sua segunda Olimpíada. “Trouxe minha medalha de bronze [de Pequim-08] para cá, mostrei ao grupo e falei que agora quero mais.”
O adversário também tem motivações extracampo para avançar à final nos Jogos de Londres. Os medalhistas homens sul-coreanos são dispensados do serviço militar obrigatório, que dura dois anos. “Tomara que eles disputem a medalha de bronze”, disse o meia Oscar na segunda.
A maior preocupação de Mano Menezes é com a defesa, que sofreu cinco gols em quatro jogos –a mais vazada entre os semifinalistas. A zaga teve que lidar ainda com a constante troca de goleiros. O santista Rafael, titular nos amistosos de preparação, foi cortado por lesão antes da estreia.
Sobraram Neto e Gabriel, que vinham de inatividade na Fiorentina e no Milan, respectivamente. Neto foi titular nos dois primeiros jogos, mas perdeu a vaga para Gabriel. “Passou mais confiança”, disse Mano.