Por GLOBOESPORTE.COM
Madri, Espanha
Neymar precisou de apenas oito minutos em campo para mostrar que o banco de reservas não é o seu lugar. Preterido por Alexis Sánchez e Pedro, o brasileiro entrou no segundo tempo do jogo de ida da Supercopa da Espanha, entre Atlético de Madri e Barcelona, e foi decisivo: marcou pela primeira vez em jogos oficiais pelo time catalão – antes, já havia balançado as redes duas vezes em amistosos – e garantiu o empate por 1 a 1 da equipe, que havia perdido Messi no intervalo por causa de uma lesão na coxa esquerda.
Com o empate conquistado, o Barcelona joga por uma vitória simples e até um 0 a 0 no duelo de volta, marcado para a próxima quarta-feira, no Camp Nou. Já o Atlético de Madri leva o título caso empate por pelo menos dois gols.
Resta saber se, com a boa atuação contra os colchoneros, Neymar será, enfim, promovido para o time titular. Antes disso, o Barça tem o duelo com o Málaga, no próximo domingo, fora de casa, pela segunda rodada do Campeonato Espanhol. No mesmo dia, o Atlético recebe o Rayo Vallecano.
Intenso, Atlético sai na frente com Villa
Se o Barcelona é a base da seleção espanhola e empresta a La Roja sua filosofia de jogo, então o técnico do Atlético de Madri, Diego Simeone, aprendeu bastante com a vitória do Brasil na Copa das Confederações. A exemplo dos comandados de Felipão, os jogadores colchoneros entraram em campo com uma vontade descomunal: cada bola era disputada como se fosse a última, fazendo com que os atletas blaugranas não tivessem espaço para trocar passes.
Como era de se esperar, um dos mais motivados era David Villa. Vendido pelo Barcelona nesta temporada, após amargar a reserva em diversos jogos em seus meses finais na Catalunha, o atacante mostrou serviço logo no início do jogo, e em grande estilo: aos 11 minutos, após tabela com Arda Turan, ele acertou um lindo voleio, da entrada da área, para abrir o placar.
Mesmo com a vantagem, o Atlético não diminuiu a intensidade e seguiu pressionando no campo de ataque, sem dar espaço para o Barcelona. Às vezes, a raça dos colchoneros se transformava em truculência. Não à toa, os donos da casa fizeram 12 faltas na etapa inicial, contra cinco dos catalães. Messi pouco tocava na bola, e Iniesta e Xavi não achavam espaço em campo.
O clima quente, aliás, fez com que dois companheiros de seleção brasileira se desentendessem. Aos 38 minutos, Filipe Luís recebeu cartão amarelo após fazer falta em Daniel Alves, que não gostou e começou a discutir com o compatriota.
Messi sai, entra…Fàbregas
No fim, o primeiro tempo brigado fez uma vítima. Com uma lesão na coxa esquerda, Messi não voltou para a etapa final – a princípio, ele foi apenas poupado para evitar um problema maior. Mas ainda não era a hora de Neymar: Fàbregas foi o escolhido para substituir o craque argentino no intervalo.
O Barça até começou melhor e teve uma boa chance logo aos três minutos, quando Fàbregas recebeu ótimo passe de Sánchez dentro da área, mas foi travado.
Enfim, Neymar
Ainda assim, o técnico Tata Martino não quis esperar muito. Aos 13, ele se rendeu e colocou Neymar em campo, no lugar de Pedro. E o craque brasileiro, muito vaiado pela torcida do Atlético de Madri na entrada, respondeu rapidamente: aos 21, ele aproveitou belo cruzamento de Daniel Alves e, livre no segundo pau, cabeceou firme para empatar a partida.
O gol mudou o panorama do jogo. O Atlético, já sem o mesmo vigor físico, não corria tanto quanto no início da partida, e o Barcelona, de certa forma aliviado com o empate, alcançado num momento em que ainda não jogava bem, se animou. O controle da partida pendeu para o lado catalão.
Ainda assim, o Barça não estava inspirado e, mesmo com a bola, pouco ameaçava. A entrada de Neymar, apesar do gol, não foi suficiente para melhorar a atuação do time. O brasileiro, aliás, alternou boas jogadas pela esquerda com lances perdidos e até um cartão amarelo, após fazer falta em Juanfran.
No fim, as duas equipes pareceram se contentar com o empate, levando a decisão do título para o Camp Nou.