O dia 11 de abril é considerado o Dia Mundial da Conscientização sobre a doença de Parkinson desde 1998, quando foi instituído pela Organização Mundial de Saúde (OMS), em homenagem ao dia de nascimento de James Parkinson, cirurgião inglês que descreveu cientificamente a patologia pela primeira vez no século 19.
O neurocirurgião especialista em dor no Setor de Oncologia do HUSE, Jorge Dornellys, destacou que os principais propósitos da data estão em chamar atenção para os sintomas da doença, que são: tremor, lentificação motora e rigidez muscular, para que as pessoas procurem precocemente ajuda médica. Além disso, o diagnóstico precoce possibilita tratamento com os diferentes tipos de terapias existentes e, com isso, manter a qualidade de vida, que é o mais importante.
De acordo com Jorge Dornellys, no Brasil a estimativa é que em cada 100 pessoas acima de 64 anos, três desenvolverão a doença. “O Parkinson é a segunda doença neurodegenerativa mais comum no mundo, somente menos prevalente que a doença de Alzheimer. A doença de Parkinson é classificada como de origem multifatorial. Um dos fatores de risco para seu desenvolvimento é a exposição a pesticidas. Uma parcela pequena de pacientes tem a doença relacionada à mutações genéticas com padrão familiar”, explicou.
Diagnóstico
Dornellys frisa ainda que o diagnóstico é essencialmente clínico, com exame neurológico detalhado e seriado como ferramenta imprescindível para orientação diagnóstica. “Os sintomas de lentificação motora e rigidez muscular são reconhecidos como parte da síndrome parkinsoniana que pode estar presente também em outras doenças. O especialista deve ser capaz de diferenciar as possíveis causas, definir o melhor tratamento para cada caso e ainda tentar prever como a doença vai evoluir”, salientou.
“Nos casos da doença de Parkinson, a ressonância magnética do encéfalo e até exames específicos servem para excluir outras causas. Os sintomas como a lentificação motora, a rigidez muscular e o tremor (principalmente em repouso), que geralmente aparecem após os 50 anos de idade, podem ser indicativos da doença de Parkinson”, alertou.
Tratamento
Ainda segundo o neurocirurgião, o tratamento da doença de Parkinson é basicamente sintomático. Além disso, deve-se incluir outros profissionais da saúde como fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais.
“O tratamento medicamentoso é sem dúvidas a conduta inicial mais adequada e deve ser iniciado assim que os sintomas impuserem perda da qualidade de vida ao paciente, por restrições ou limitações na realização das suas atividades. É imprescindível incluir outros profissionais da saúde como fisioterapeutas, fonoaudiólogos e terapeutas ocupacionais, com objetivo de prevenção e tratamentos de sintomas como disfagia, alterações do equilíbrio e marcha e necessidade de adaptações para manutenção das atividades do dia a dia”, destacou.
Dornellys também destaca que a cirurgia deve ser considerada em pacientes com boa resposta inicial ao tratamento medicamentoso que, após 4 a 5 anos do diagnóstico da doença, apresentam complicações motoras. Segundo ele, a cirurgia tem evidência científica robusta e quando bem indicada, melhora bastante a qualidade de vida e os sintomas motores dos pacientes.
“Há raros casos em que os pacientes respondem a medicações para tratamento da doença de Parkinson, mas não conseguem tolerar o uso delas a longo prazo e isso pode ser uma indicação cirúrgica. A cirurgia mais realizada no mundo atualmente é a estimulação cerebral profunda (Deep Brain Stimulation) em que é implantado um sistema com 2 eletrodos em alvos específicos no cérebro do paciente e um marca-passo no peito para gerar os impulsos elétricos com a possibilidade de programação desse sistema para controle dos sintomas de forma individualizada. A cirurgia tem evidência científica robusta e quando bem indicada, melhora bastante a qualidade de vida e os sintomas motores dos pacientes”, explicou.
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Fonte: ascom/Secretaria de Estado da Saúde