Thaís Sant’Anna, do EGO, em São Paulo
Foi um sucesso a cirurgia que Netinho fez na tarde desta quinta-feira, 24, no Hospital Sírio Libanês, em São Paulo. O cantor foi operado para fechar completamente uma válvula que ele tem no cérebro, colocada em 2014, após sofrer três AVCs (acidente vascular cerebral), e já está no quarto. Em conversa com o EGO, ele falou do procedimento: “Foi muito simples, apenas um corte, anestesia local. Já estou ótimo”.
Netinho não terá alta nesta quinta, como havia dito anteriormente, mas poderá ter uma rotina normal assim que deixar o hospital na sexta-feira, 25. “Sairei amanhã do hospital já e ficarei alguns dias na casa de uma amiga aqui em São Paulo passeando, antes de retornar pra casa em Salvador. Estou muito bem, com fome e lanchando”, contou.
Se tudo correr bem, Netinho deve retornar ao hospital em duas semanas, para retirar a válvula de vez. “Se eu não sentir nada de anormal, voltarei para retirar definitivamente a válvula numa outra cirurgia muito simples de apenas um corte e anestesia local”, explicou.
Netinho está Internado desde domingo, 20, no hospital Sírio-Libanês na Bela Vista, região Central de São Paulo. A válvula que ele fechou durante a cirurgia foi colocada para drenar o líquido de sua nuca. Ela fica abaixo do cerebelo no cérebro, desce pelo lado do pescoço sob a pele, encontra uma válvula do tamanho de um grão de bico ao lado da clavícula, e se liga a uma outra sonda que vai até a cavidade abdominal. “Nos exames descobriu-se a possibilidade do meu corpo não precisar mais da válvula que foi instalada no meu cérebro no ano passado. Estou muito feliz e credito essa vitória ao Criador e à energia positiva que recebo das pessoas que gostam de mim”, declarou ele, antes de ser operado. “Essa válvula foi colcoada para drenar o líquor (líquido que banha o sistema nervoso e se encontra dentro das meninge) que estava acumulando na minha nuca após duas primeiras cirurgias no meu cérebro depois dos três AVCs que sofri em 2013. Hoje é possível que meu corpo já esteja drenando esse líquor naturalmente”, completou.
“Eu queria morrer”
Netinho participou recentemente do programa “Encontro com Fátima Bernardes” e cantou o sucesso “Milla”. Antes de se apresentar ele conversou com Fátima e falou como foi voltar aos palcos depois de dois anos afastado. “Foi maravilhoso. Durante os dois anos no hospital fiquei com muito tempo ocioso, então consegui refletir e entender o poder e o significado da palavra. Passei a estudar muito sobre física quântica e entendi que o ser humano, ainda bebê, já carrega todos os arquétipos do que ele vai ser quando crescer, está no DNA. É por isso que o meu novo CD se chama ‘DNA’. Minha voz está pequena ainda, fiquei tanto tempo no hospital sem falar e sem cantar, que ela está fraca. É um músculo e precisa de exercício, que é o que estou fazendo”, explicou.
Apesar da atitude positiva de agora, Netinho confessa que viveu momentos de desesperança. “Depois das duas primeiras cirurgias, quando já estava melhorando, comecei a piorar de novo, minha voz foi sumindo, aí parei de andar na praia, de me exercitar e entrei numa depressão profunda. Eu queria morrer”, falou.
“Me levaram para o hospital e fiz uma terceira cirurgia no cérebro. Quando me disseram sobre a depressão, eu não aceitei. Nunca fiquei triste, sempre fui uma pessoa alegre e positiva. Só entendi quando uma amiga minha me explicou que eu não era depressivo, que estava com sintomas de depressão, e que o cérebro, como todos as outras partes do corpo, também pode ficar doente. Depois que entendi isso, comecei a aceitar e melhorar”, afirmou.
E deu um conselho: “No caso da depressão, só a própria pessoa pode sair dela aceitando ajuda. Tive sorte porque durante a segunda internação fui dado como morto porque não acordava depois da terceira cirurgia. Só acordei três dias depois. Eu pesava 90kg e, nessa época, cheguei a pesar 50kg”.
O baiano disse que hoje vê a vida de uma forma completamente diferente. “Em 2002, eu tinha tudo que o dinheiro pode comprar, fama e sucesso, mas não tinha nada. Não tinha tempo para ver a minha família, não vivia. Estava pálido e não tinha cor. Morava na Bahia e não tinha tempo para pegar sol. Aí parei um ano em meio para descansar. Em 2006, quando voltei, fiz essa tatuagem para simbolizar isso: ‘Nada como viver’. Depois de tudo o que eu passei, percebi que a fé e a ciência estão caminhando juntas como nunca antes. Tem que ter fé”, afirmou ele, que recentemente foi às lágrimas ao se apresentar no palco do Globo de Ouro, do canal Viva.
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