Presidente do PTB sergipano concede entrevista bombástica e diz que, de agora em diante, nada ficará sem resposta
Em entrevista concedida ao radialista Gilmar Carvalho, na Rede Ilha, o empresário e presidente do PTB sergipano, Edivan Amorim, abriu o verbo e revelou detalhes dos bastidores da política sergipana. Para ele, considerado estrategista e famoso por circular nos bastidores da política com desenvoltura, acabou o período de silencio. “Conheço todos na política e ninguém é melhor do que ninguém. Mas mesmo estando nos bastidores, sempre fui alvo de críticas. Não sou candidato a nada, mas nada mais ficará sem resposta”, avisou.
Sobre o Proinveste, Edivan foi claro ao lembrar que a não aprovação até o momento aconteceu porque o governador Marcelo Déda não dialogava. “O governo cometeu um erro ao mandar um projeto grande para a AL sem discutir com a oposição e, pior, sem nem discutir com a própria bancada”. Mas após a abertura do diálogo, Edivan tem certeza que tudo correrá normalmente. “Para mim é um assunto encerrado. Nosso grupo fechou questão, amarrando as obras ao projeto. O que nos dá a garantia de que, daqui há alguns anos, se alguém perguntar ‘porque o Estado paga esta dívida?’, nossos deputados poderão dizer: ‘por causa de tal obra'”.
E sobre sua ascendência sobre a maioria na Assembleia, novamente Edivan foi enfático. “Uma certa deputada disse que queria saber qual a magica dessa liderança. Vou dar a receita a ela: tudo o que nós fazemos é na base do diálogo. E aqui não há enganação. Compromisso, aqui em nosso grupo, tem que ser respeitado. Por mim e por qualquer um que esteja em nosso grupo”, disse Amorim, ressaltando o respeito as decisões que o grupo toma e a manutenção da palavra como uma forma de fazer uma nova política. “Ter palavra significa acreditar no que você fala”, reforçou.
João Alves
“Quero abrir um parêntese, pois o prefeito João Alves mediou muitos pontos sobre o empréstimo”. Dessa forma Edivan Amorim iniciou suas respostas sobre diversos questionamentos que envolveram seu agrupamento e o do prefeito de Aracaju, João Alves.
Sobre eleições, Edivan Amorim novamente foi direto. “Em 2012 nós chegamos a dois nomes: ou apoiar Almeida Lima, a quem considero e vejo como um parlamentar que ajuda Sergipe, ou apoiar João Alves. Novamente a decisão foi do grupo, que optou por João Alves. E fizemos a nossa parte, pois a eleição foi decidida no primeiro turno. Nosso desejo é prosseguir com essa união. Quem quer dividir a oposição são os governistas”, disse Edivan, fazendo questão ainda de colocar as coisas em seu devido tempo. “Mas tudo isso é para 2014. E na hora certa discutiremos”.
Mas uma das declarações mais fortes dadas por uma pessoa pública nos últimos tempos aconteceu quando Edivan Amorim avaliou o que representou a Operação Navalha. “Vamos ver a questão da Navalha. João nunca me pediu isso e nem me pediu nada. Mas vou fazer essa defesa: ninguém pode falar nada de João, que é um homem que vive trabalhando pelo bem de Sergipe. Aí vem um relatório, assinado por uma enfermeira, dizendo que tinha que devolver os recursos. Eu não tenho medo de dizer: tudo isso foi missa encomendada para acabar politicamente com João Alves”, disse o empresário, fazendo questão de abrir sua vida publicamente também. “Sou fiscalizado pela Receita o tempo todo, afinal sou empresário, mas não tenho nada a esconder. Façam o inquérito que quiserem, investiguem, fiquem a vontade”.
E quando foi questionado sobre uma possível união de João com o grupo que atualmente comando o Estado, Amorim fez um convite à reflexão. “Mas quem faz essas acusações, que vai para a rua dizer que fulano rouba, que xinga os outros? Nosso agrupamento não é. E quem faz essas coisas, dizendo que prega a democracia, fez a Operação Navalha para destruir João Alves politicamente”, avaliou, reforçando o posicionamento. “Qual foi o agrupamento político que jogou na rua as acusações contra João Alves, atacando até sua postura de pai e de companheiro? Aí eu pergunto: quem mudou de posição, foi João ou foi esse agrupamento?”.
Futuro
Quanto as eleições para o governo em 2014, o presidente do PTB também não escondeu o jogo. “No que depender de nosso agrupamento, Eduardo é pré-candidato, é o desejo dos que fazem parte do nosso grupo. Agora, Eduardo não fala comigo sobre isso, não fala com ninguém sobre essa candidatura. E acho que ele está no direito dele”.
Mas Edivan aproveitou para relatar um fato que chamou sua atenção em recente passagem por Brasília/DF. “Ouvi um depoimento de um ex-presidente que me disse: ‘Eduardo, em pouco tempo aqui no Senado, conquistou respeito pela sua forma calma, atenciosa, mas sempre firme em suas posições. Sergipe está de parabéns por ter um senador como Eduardo, qua alcançou espaços que gente que está aqui há 20 anos não conseguiu”.
Francisco Ferreira/Assessoria de Imprensa