Com a Assembleia Legislativa de Sergipe completamente lotada, usando uma gravata de Marcelo Déda e sob olhares emocionados de velhos companheiros, como Rosalvo Alexandre e José Carlos Teixeira, tomou posse na manhã deste 1º de janeiro de 2015 o governador Jackson Barreto de Lima. Pouco depois das 10h, teve início o ato presidido pela deputada Angélica Guimarães.
Na solenidade, o governador e o vice-governador prestaram o compromisso constitucional e assinaram termo com as funções assumidas. Após a presidente da Assembleia Legislativa declará-los empossados, houve grande aplauso dos presentes nas galerias. Na solenidade, o primeiro secretário, o deputado Adelson Barreto fez a leitura dos termos de posse nos cargos. Jackson Barreto e Belivaldo Chagas já haviam sido diplomados pelo Tribunal Regional eleitoral no dia 18 de dezembro último.
O governador empossado lembrou, em seu discurso, sua trajetória política nos cargos públicos assumidos em momentos semelhantes ao de hoje, com destaque para o ano de 1985 quando foi, proporcionalmente, o prefeito mais votado no Brasil. Apesar do feito, disse ser uma honra sem igual tomar posse como governador eleito de Sergipe.
“Fiz questão de deter-me sobre os principais cenários políticos em que se deram os atos de posse que tive a honra de protagonizar para que eu pudesse, entre todos eles, entre toda a singularidade política, histórica e cultural que cercaram todos os demais, destacar precisamente este, ao qual compareço, hoje, perante os senhores e senhoras, tomado por uma honra sem igual, para tomar posse no cargo de Governador eleito do Estado de Sergipe. E devo-lhes dizer que ao lado da alegria e da satisfação que esta posse me concede, há nela significados muito mais singulares, que marcam a minha biografia e a da minha geração de um modo muito profundamente especial”, declarou.
Ao lembrar o seu outro momento de posse no governo, pela precoce passagem do então governador Marcelo Déda, Jackson fez questão de mencionar que ele e Belivaldo usavam naquele ato as gravatas pertencentes à Déda, que lhes foram presenteadas por Eliane Aquino ainda no período da campanha eleitoral. “Diferente da posse em 2013, esta posse, ainda que conserve a saudade e mantenha intacto um semblante de ausência, não se realiza sob a pungência da dor que marcava àquela, quando a vida nos tirou a liderança, a inteligência, a erudição, o talento e grandiosidade de um homem da dimensão que foi Marcelo Déda, um visionário à frente de seu tempo, que o Criador levou para junto de si. Homem, a quem o estado de Sergipe ainda deve solenes homenagens”.
Jackson inicia o mandato embasado no salto econômico e social que Sergipe deu nos último sete anos. Em seu discurso, ele apresentou os índices de crescimento na agricultura, indústria e emprego. As 103 empresas fixadas aqui desde 2007, por exemplo, geraram 12 mil empregos diretos. Este mês, o grupo de cimento Dias Branco anunciou o investimento de R$ 1 bilhão em uma nova fábrica de cimento no município de Santo Amaro.
“O estado que vou continuar a dirigir a partir de hoje é um estado promissor. Entre os estados nordestinos, apresentamos os melhores indicadores sociais e econômicos: temos o maior PIB per capita da região, e a renda média familiar por habitante de Sergipe é também a mais elevada do Nordeste.
Entre 2007 e novembro de 2014, foram criados 125 mil empregos com carteira de trabalho em Sergipe, o melhor resultado de todos os tempos, com distribuição equilibrada entre a capital e o interior do estado. É uma média superior não apenas à brasileira, mas também à nordestina. A nossa agricultura tem se desenvolvido a passos largos, tanto o agronegócio quanto a agricultura familiar. É o resultado de uma estratégia que vimos realizando ao longo dos últimos anos, de valorização do pequeno produtor e fortalecimento das cadeias produtivas. A cultura do milho se consolidou como a principal atividade agrícola do estado, se destacando em relação a outras também importantes, como a mandioca e o feijão e, principalmente, a cana-de-açúcar e a laranja, tradicionais culturas e alicerces da agricultura sergipana. No alto sertão, consolidou-se uma bacia leiteira que atraiu unidades fabris de beneficiamento de leite e derivados, o que descortinou novas perspectivas de desenvolvimento para a região”.
Homenagens
O governador também fez homenagens especiais aos seus companheiros da velha guarda política de Sergipe, como José Carlos Teixeira e Rosalvo Alexandre, presentes na solenidade. Lembrou que começou a trabalhar, aos 13 anos numa loja de tecidos, e posteriormente como carteiro, o que lhe permitiu conhecer bem as ruas e bairros da capital sergipana. Jackson se emocionou muito ao falar de sua família e dos irmãos que partiram precocemente. Filho de uma professora e um pequeno comerciante, Jackson falou da influência dos pais na sua formação.
“Os senhores e as senhoras estão diante de um Governador que é filho de um bodegueiro, seu Etelvino, e de uma professora, Neuzice Barreto Tudo isso eu devo especialmente a minha mãe, D. Neuzice Barreto. Foi sob inspiração dela que minha família legou a todos os filhos a oportunidade de estudar; foi com ela que eu tive lições inesquecíveis de coragem e atitude. Com ela, também, aprendi a não baixar a cabeça pra ninguém, porque ela me ensinou que uma coisa é humildade e outra, bem diferente, é subserviência. D. Neuzice foi e sempre será minha maior e mais preciosa inspiração. Por isso essa posse também é sua, minha mãe. Essa posse também é de meu pai, seu Etelvino, assim como também a dedico aos meus irmãos que partiram tão precocemente e cujas vidas têm significação tão funda dentro de minha alma”.
A presidente da Assembleia Legislativa, Angélica Guimarães, disse que o ato de posse deve ser entendido como o referendo da vontade popular demonstrada nas urnas. Em um dos últimos atos oficiais da parlamentar na condição de presidente do poder Legislativo do estado, deixou para os empossados a mensagem de esperança a fim de que seja possível transformar adversidades em desafios.
“Neste momento em que um novo governo se instala não cabe outro sentimento se não os votos de uma gestão operosa, com realizações que façam o estado avançar em busca do desenvolvimento econômico e social traduzido em benefício para o nosso povo. Vossas excelências governador e vice-governador como autênticos democratas, homens que viveram o dia a dia deste parlamento, que conhecem e muito bem souberam usar a tribuna desta Casa, sabem que aqui é feita a imagem e semelhança do nosso povo e por isso mesmo torna-se o grande palco para os sentimentos que exaltam da gente sergipana. Governador Jackson Barreto e vice-governador Belivaldo Chagas, não há dificuldade que a força do trabalho e da determinação não possam superar”, disse, encerrando a solenidade de posse na Assembleia.
Participação da população
Cercados pela multidão que acompanhava a solenidade em frente à Assembleia Legislativa, Jackson e Belivaldo seguiram a pé para o Palácio Museu Olímpio Campos, onde passaram a tropa em revista e receberam as honras militares. Na sequência, eles foram ao salão nobre do Palácio Museu Olímpio Campos. Da sacada, Jackson Barreto fez o seu primeiro pronunciamento público após ser empossado.
“Que a gente possa aqui nessa tribuna do Palácio Olímpio Campos, sede do governo do povo sergipano, dizer ao povo que eu e Belivaldo Chagas vamos cumprir aqueles compromissos que assumimos com o povo durante a campanha. Estou aqui para receber o abraço de cada um e as portas do Palácio vão continuar abertas para o povo. Vou aqui dizer muito obrigado do fundo do meu coração”.
Na porta do Palácio Museu, formou-se uma grande fila de populares, lideranças políticas, amigos, familiares e admiradores que fizeram questão de cumprimentar pessoalmente o governador. Por mais de duas horas, Jackson recebeu os abraços e felicitações.
Presenças
Além dos deputados estaduais, estiveram presentes o Procurador Geral de Justiça, José Rony Almeida, o vice-prefeito de Aracaju, José Carlos Machado, o Arcebispo de Aracaju, Dom José Lessa, o presidente do Tribunal de Contas de Sergipe, Carlos Pina; o deputado federal João Daniel, Pastor Jonny, Mendonça Prado, secretários de Estado, prefeitos, vereadores além dos comandantes militares do exército, marinha e aeronáutica, familiares e amigos.
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