por Valter Lima, do Brasil 247
Os deputados federais do DEM, Mendonça Prado (SE) e Onyx Lorenzoni (RS), em coletiva na manhã desta terça-feira (21), em Aracaju, criticaram duramente as recentes declarações do presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa. Em evento para estudantes de Direito, em Brasília, Barbosa afirmou que os partidos brasileiros são de “mentirinha”. No entanto, os parlamentares concordaram com o ministro sobre a dependência do Legislativo em relação ao Executivo.
Secretário geral do DEM, Onyx Lorenzoni afirmou que tem “absoluta identidade” com o que disse João sobre “a pouca vergonha” que é a relação entre os partidos com o Governo Federal. “Ele falou aquilo que todo mundo está sabe. É uma pouca vergonha partidos de direita agarrados no Governo. Veja, por exemplo, o PP. O que é que o PP está fazendo no Governo da Dilma? A origem do PP é a Arena. Se a Dilma tivesse ganhado a queda de braço, talvez, o PP nem existisse”, disse.
Entretanto, para o parlamentar, os ministro do STF “deveriam se reservar um pouco mais”. “Quando um ministro do Supremo começa a gostar muito do microfone, tem que tirar a toga e ir para as comunidades pedir voto, porque aí o caminho dele não é julgar, é ser político. Alguns ministros têm tomado decisões pautadas por um interesse midiático”, disse.
Onyx afirmou que foi um dos deputados mais subiu em plenário para criticar o STF, quando decidiu favorável à criação do PSD. “Não tenho medo de ministro. No meu trabalho, faço tudo correto. Tenho moral e ética para criticar”, ressaltou.
Já Mendonça Prado, um dos vice-presidentes do DEM, disse que o ministro Joaquim Barbosa deveria lembrar que a proliferação de partidos, que ele criticou, foi estimulada justamente pelo STF. “Isso ocorreu naquela ação de criação do PSD, porque se o ministro ou o STF na sua decisão tivesse impedido que quem sai do partido não poderia ter levado tempo de TV e fundo partidário, ninguém queria criar mais partido no Brasil. O erro cometido para proliferação de partidos foi do STF. O DEM foi a maior vítima deste processo, porque perdemos a metade da bancada e perdemos o tempo de TV”, atacou.
Em relação à subserviência do Legislativo ao Executivo, como também apontou Barbosa, o deputado sergipano fez coro com o ministro. “O Poder Legislativo Brasileiro, em várias esferas, sejam as câmaras municipais, as assembleias legislativas e o congresso nacional, que é o mais vergonhoso, é sempre um anexo do Poder Executivo. O Congresso Nacional tem projetos dos deputados para votar e, muitas vezes, tem uma proposta sem nexo do Executivo, que é priorizada em detrimento da proposta do parlamentar. Isso precisa mudar no Brasil”, afirmou.
Ele também criticou o modelo de emendas parlamentares em vigor no país. “Acho que deve mudar a situação das emendas. Deputado não é para estar com esta historia de emenda, discursando por aí que levou tanto para município tal. Quem deve executar o orçamento é o Poder Executivo, porque se a presidente só liberar emenda para deputado que vota nele, para o deputado fazer política, que é o que está ocorrendo no Brasil, está deformando a democracia. Dilma tem culpa, FHC tem culpa, todos os presidentes têm culpa. E a culpa maior é do próprio Congresso, que deveria mudar esta situação”, disse.