O Ministério da Saúde enviou para a Polícia Federal números para embasar a investigação sobre uma campanha deliberada de boicote ao programa Mais Médicos. O levantamento mostra que, do dia 9 ao dia 12 de julho, quando foi lançado, cerca de mil profissionais por dia se inscreveram, pela internet, com registros falsos. Depois do anúncio de que a polícia entraria no caso, a média despencou para 280.
Ainda de acordo com a denúncia, mais de 6 mil inscritos deixaram o número do registro profissional em branco. Outros 171 colocaram traços ou zeros nos espaços e muitos colocaram números errados.
Inscrições
Dos 16.530 profissionais inscritos no Programa Mais Médicos, só 938 confirmaram a participação. O número equivale a 6% da demanda dos municípios, que apontaram a necessidade de 15.460 médicos. Ao anunciar esses dados, o ministro da Saúde, Alexandre Padilha, abriu a possibilidade de propor parcerias com universidades estrangeiras e com outros países para suprir esse demanda de médicos em comunidades carentes.
Os profissionais que se inscreveram no programa começarão a trabalhar já em setembro deste ano. Ao todo, 51% deles atenderão em periferias de capitais e de regiões metropolitanas. Os demais vão atuar em municípios do interior considerados de alta vulnerabilidade social. Segundo o Ministério da Saúde, dos 404 municípios que receberão médicos, 213 estão em regiões com 20% ou mais de sua população em situação de extrema pobreza, 111 em regiões metropolitanas, 24 são capitais. Há ainda ainda 16 distritos sanitários indígenas (Dsei) que serão atendidos. Mais de 2 mil municípios não atraíram o interesse dos profissionais, 782 em regiões prioritárias.
Reitores das universidades federais apoiam programa
Em nota oficial divulgada no dia 2 de agosto, a Associação Nacional dos Dirigentes das Instituições Federais de Ensino Superior (Andifes) manifestou apoio ao Programa Mais Médicos. Para a entidade que reúne os reitores das universidades federais do país, o programa tem o “mérito de fortalecer o Sistema Único de Saúde, voltado para atender a toda a população, principalmente as parcelas mais excluídas do país”.
A Andifes também se posicionou a favor da “expansão e oferta com qualidade dos cursos de medicina, a universalização e modificação da estrutura de residência médica, o contrato entre a rede de saúde e o SUS, a revisão dos mecanismos e sistemas atuais de certificação, acompanhamento de avaliação dos cursos e a oferta regular de tutores para o acompanhamento integral dos alunos”. Um total de 41 universidades federais fez a pré-adesão ao Mais Médicos e tem até o fim do mês para confirmar a participação no programa.
Com agências