“Lamentavelmente, os trabalhos da Comissão Parlamentar de Inquérito perderam totalmente a credibilidade”, afirmou o deputado federal Mendonça Prado (Democratas/SE), um dos membros da CPMI “Vegas e Monte Carlo”. A CPMI foi criada para investigar as práticas criminosas envolvendo o empresário e suas relações com agentes públicos e privados, desvendadas pelas operações “Vegas” e “Monte Carlo” da Polícia Federal.
Na tarde desta terça-feira (22), o parlamentar esteve participando da oitiva de Carlos Augusto Ramos, o Carlinhos Cachoeira, no Plenário 2 da Ala Senador Nilo Coelho do Senado Federal. O empresário não respondeu a nenhum dos questionamentos, amparado no direito constitucional de ficar calado.
Mendonça Prado ficou estarrecido com a improdutividade da reunião. “Além de ser regida por normas que permitem o abominável silêncio do depoente, percebe-se claramente que há uma espécie de acordo para não convocar governadores e investigar profundamente a empresa Delta”, afirmou o Democrata.
Carlos Cachoeira já havia sido convocado para depor na CPMI, porém conseguiu adiar seu depoimento por meio de liminar concedida pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, relator do processo sobre o caso. A defesa de Cachoeira tentou prorrogar a liminar, todavia, Celso de Mello rejeitou o pedido na noite de ontem (21), sob o argumento de que a CPMI havia liberado o acesso aos dados das investigações.
Mendonça acredita que o silêncio de Carlos Cachoeira era previsível. Para ele é fundamental que se priorize alguns depoimentos e investigações antes que se finde o prazo regimental de funcionamento da CPMI. “Não há dúvidas de que, sem ouvir os governadores de Goiás, Brasília e Rio de Janeiro e sem investigar a construtora, a Comissão está fadada ao fracasso, ou ao que chamamos popularmente de “dar em pizza”. Uma vergonha!”
Os próximos convocados pela CPMI, que também estão tentando adiar os seus depoimentos, são Idalberto Matias de Araújo, sargento da Aeronáutica conhecido como Dadá, suspeito de arregimentar policiais para as atividades criminosas; Jairo Martins de Souza, que também é suspeito de ser “araponga” do grupo; e José Olímpio de Queiroga Neto, que é apontado como gerente da organização no Entorno do Distrito Federal. Os três foram presos na Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que também resultou na prisão de Carlinhos Cachoeira, em fevereiro.
Por Izys Moreira – Assessoria de Imprensa