O deputado federal Mendonça Prado (DEM) denunciou uma suposta trama, comandada pelo empresário Edivan Amorim (PTB) para “chantagear” o ex-governador João Alves Filho (DEM).
O intento, segundo o democrata, levar João a reboque do projeto do grupo que é eleger o senador Eduardo Amorim, governador em 2014. “A ideia é engessar João politicamente. Além de querer indicar o candidato a vice, eles querem amarrar o apoio para 2014 de qualquer jeito”, declarou.
Sem citar nomes, mas referindo-se claramente ao deputado estadual Venâncio Fonseca (PP), em entrevista à Mega FM, no programa Hora da Verdade, ontem pela manhã, Mendonça avisou que não vai tratar essas questões com subterfúgio “como estão fazendo com a desculpa que querem crescer. Partido não tem espaço”. Para ele, a única intenção é pressionar João a aceitar aliança com o grupo comandado pelos irmãos Amorim. “Querem a qualquer custo que doutor João só assuma a Prefeitura e se comprometa com uma futura eleição de Amorim para o governo”, afirmou, observando que, nas reuniões em Brasília, “estão oferecendo tudo, mas tem gente sem condição moral de impor e de falar em política”. Mendonça afirmou que “o chefe de é o senhor José Edivan Amorim e o grupo dele que querem empurrar tudo goela abaixo. O ex-governador não vai aceitar”, avisou.
Para ele, “todos estão incomodados porque nós somos os únicos que não queremos aliança com Amorim. É bom que respeitem João Alves e o direito dele de ser candidato a prefeito de Aracaju e de ter um projeto para a cidade”, disse, acrescentando que “quem vai dizer se o Negão deve ser prefeito, ou não, é a população de Aracaju”.
Mendonça entende ser legítimo e bom para a democracia a decisão do Venâncio de disputar o comando da Prefeitura. “O que não pode é querer empurrar uma aliança goela a baixo, com discurso de que o partido precisa de espaço. Querer torná-lo refém não é moral, justo e nem legal”, alertou o parlamentar.
Amorim minimiza críticas e diz que só fala com quem manda no DEM
O presidente estadual do PTB, empresário Edivan Amorim classificou como “dor de cotovelo” as declarações do deputado federal Mendonça Prado (DEM) sobre a aliança firmada entre o PP e o PSC.
“Do DEM eu só falo com quem manda que é o ex-governador João Alves e a senadora Maria do Carmo”, avisou Amorim, destacando que quando tiver que falar sobre composição ou a respeito de qualquer outro tema de ordem política, fala com os líderes. “E só reconheço como liderança no DEM, João e Maria”.
Edivan disse que nunca esteve com o ex-governador tratando sobre o processo eleitoral de 2012. “Quem cuidou dessas conversas foi o deputado federal André Moura. Em alguns momentos, ele pedia para conversar, em outros o ex-governador pedia audiência”. Amorim garantiu ainda não saber que havia a possibilidade de indicação do candidato a vice na chapa que deve ser encabeçada pelo ex-governador democrata. “Até porque nós tínhamos um pré-candidato (o deputado estadual Zeca da Silva) e continuamos tendo”, afirmou, referindo-se, agora, ao deputado Venâncio Fonseca (PP), líder da oposição na Assembleia Legislativa, que até então era aliado de João e pretendia ser o candidato a vice. Amorim adiantou que todas as decisões adotadas pelo seu agrupamento serão conhecidas, oficialmente, durante as convenções que acontecerão no próximo dia 30. “No mais, só trato de política com que manda”, enfatizou.
Por Kátia Santana