Segundo o balanço trimestral realizado com base nos relatórios de produção, a unidade atendeu a 41.623 usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) entre janeiro e março deste ano e, desses, 5.196 pacientes ficaram internados.
O Hospital de Urgências de Sergipe (Huse) opera sem superlotação. Os motivos são as ações implementadas na área de saúde do estado, que contribuem para a otimização dos serviços, a exemplo do atendimento regular dos hospitais regionais e do Cirurgia, o ambiente para realização de pequenos procedimentos, assim como a construção da sala de ortopedia. Segundo o balanço trimestral realizado com base nos relatórios de produção, a unidade atendeu a 41.623 usuários do Sistema Único de Saúde (SUS) entre janeiro e março deste ano e, desses, 5.196 pacientes ficaram internados.
“De janeiro a abril de 2014 e 2015, registramos regressão do número de pacientes internados. Estamos conseguindo ter um número a menos na enfermaria, reflexo dos serviços continuados no Hospital Cirurgia, que atende a sua demanda e, naturalmente, evita que o Huse tenha sobrecarga. As ações internas no Hospital de Urgências, a exemplo da sala de ortopedia, também contribuem para o esvaziamento do internamento”, explicou a assessora da superintendência do hospital, Aline Barros.
Outras ações que promovem melhoria significativa na assistência e ambiência das alas Verde e Azul ocorrem nos processos de trabalho. De acordo com a superintendente do Huse, Lycia Diniz, algumas estratégias foram montadas e pensadas em equipe para dar maior resolutividade aos pacientes internados no pronto socorro.
“Foi um movimento estratégico maravilhoso e um ganho imenso para o hospital. Construímos uma sala de ortopedia que hoje realiza 30 cirurgias de pacientes por semana, que ficariam armazenados sem resolução, pois só podem ser operados no Huse”, explicou Lycia.
Segundo a Fundação Hospitalar de Saúde (FHS), a fluidez nos hospitais regionais também é fundamental, pois propicia o maior número de atendimentos de alta complexidade, além de garantir a assistência dos pacientes em seus municípios de origem.
Contribuições
A sala para pequenos procedimentos, que funciona no pronto socorro do Huse, é mais um fator que desafoga o centro cirúrgico, que para de receber pequenos traumas (a exemplo de casos de dedo quebrado), de modo a possuir maior controle de instrumentos, anestesista e roupas privativas. “Através da sala especial, os casos são resolvidos com anestesia local no próprio pronto socorro. O paciente faz o procedimento imediato e já recebe alta médica”, explica a assessora da superintendência do hospital.
A área Azul do pronto socorro do Huse, considerada de baixa complexidade e que internou 565 pacientes somente em março deste ano, registra com frequência esvaziamento. Foi montada uma equipe de médicos horizontais exclusivamente para faz o acompanhamento do paciente que está na azul ser encaminhado à verde clínica.
As Unidades de Pronto Atendimento (UPA’s) também colaboram, dando vazão ao paciente de baixa complexidade. Anteriormente, 85 % dos pacientes que chegavam na ala Azul eram ambulatoriais, ou seja, de destino das UPAs ou da rede básica.
De acordo com o diretor administrativo do Huse, Adriano Nogueira, é notável que, diante de todas as ações, o tempo de permanência de pacientes diminuiu e muitas questões foram solucionadas definitivamente no hospital. Uma delas, e de extrema importância, é a questão das roupas privativas, que chegou a ser motivo de denúncias.
“Com a ativação da Central de Roupas Privativas, o serviço está a todo vapor. Acionamos no centro cirúrgico e na Unidade de Terapia Intensiva (UTI) e ampliamos para todo o hospital, incluindo a Unidade de Tratamento de Queimados (UTQ) e a ala Vermelha. Adotamos também um procedimento de controle das roupas, de modo que o servidor assina quando recebe e quando devolve. Essa foi uma medida simples, mas de controle eficaz”, afirmou Adriano.
Circulação de carros e ambulâncias
Outro grande avanço que promove melhorias no Huse é a modificação do estacionamento. Mais amplo, o local proporciona fluidez de ambulâncias e dos veículos de familiares e acompanhantes de pacientes. O local está sinalizado, com vagas identificadas, vagas para cadeirantes e idosos, e até mesmo espaços especiais para receber ambulâncias que chegam da capital e do interior.
Para o gerente de manutenção do Huse, Júlio César Moreira, o trabalho de melhoria deve ser constante. “Estamos também reforçando a segurança no local e contamos com o apoio da Superintendência Municipal de Transporte e Trânsito (SMTT) na fiscalização dos motoristas que insistem estacionar em locais indevidos, evitando o bloqueio das vias de circulação de ambulâncias. O resultado dessas melhorias já vem agradando os usuários e até mesmo os servidores. Vamos continuar trabalhando cada vez mais para avançar e, também, conscientizar os usuários sobre a importância de estacionar nos locais corretos”, afirma o gerente de manutenção.
Complexo regulatório
A agilização e a busca da qualidade no direcionamento dos serviços da saúde são as principais funções do novo Complexo Regulatório de Saúde de Sergipe, que proporcionará agilidade e maior qualidade no direcionamento dos atendimentos. O espaço é um Sistema Interfederativo de Garantia de Acesso Universal (SIGAU) com comunicação digital e sistema de inteligência. O investimento na reforma do local foi de R$ 340.587,11, em recursos estaduais.
O SIGAU representa melhor logística e mais adensamento tecnológico. Todas as centrais em um só lugar trabalharão em prol da qualidade dos serviços prestados à população, reduzindo o tempo resposta às chamadas.
Usuários
As mudanças no atendimento do Huse foram vislumbradas pelos usuários, que elogiaram o serviço prestado no momento em que mais precisaram. Antônio Marques, 43, por exemplo, sofreu uma pequena lesão no dedo enquanto trabalhava e foi levado para o hospital. Ele destaca a celeridade do acolhimento e pontua a impressão que teve. “Foi tudo muito rápido. Fiz um exame e passei por um procedimento cirúrgico. Ainda levei quatro pontos, mas fiquei bem e em observação por mais algumas horas”, relatou.
A recepcionista Erika Cristina Garcia, 34, também procurou atendimento no pronto socorro da unidade de saúde por conta de uma dor abdominal. De acordo com ela, o melhor hospital é o Huse. “O povo fala que aqui só vive cheio. Mas ninguém vai procurar um lugar onde não lhe trate bem. Vim para cá porque confio em quem trabalha aqui”, declarou.
Metas
Para os próximos meses foram traçadas algumas metas pela superintendência do Huse, que pretendem melhorar e beneficiar ainda mais o atendimento aos usuários. “Vem muita coisa boa pela frente. Vamos colocar em prática o projeto da recepção, que será uma ampliação da área que vai direcionar o paciente que acabou de chegar, do que já está internado. Estamos fazendo a ala 300, de cuidados prolongados para pacientes que possuem alguma sequela, que não existe em nenhum hospital particular ou privado do estado. As famílias destes usuários serão orientadas para cuidar do paciente em casa. Por fim, temos fornecido alta de 18 a 20 pacientes por mês, que anteriormente ficariam aqui no mínimo três meses e em 45 dias vão para casa”, concluiu a superintendente Lycia Diniz.
Segundo a Secretaria de Estado da Saúde (SES), os pacientes buscam o Huse por conta da segurança do atendimento e a certeza que o hospital está aberto, apesar de não ser direcionado para baixa complexidade. A expectativa do órgão é que a regularidade dos hospitais regionais e das UPAs se mantenha para não trazer carga máxima para o Huse, deixando o atendimento somente para casos mais graves e para o trauma.
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Agência Sergipe de Notícias