Nas próximas semanas, profissionais da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) Nestor Piva serão orientados sobre como identificar suspeitas de Febre Chikungunya. A proposta da capacitação que deve ocorrer de forma gradativa com integrantes das equipes da UPA para que o atendimento a população não seja suspenso, foi apresentada nesta terça-feira (14), durante reunião.
O encontro contou a participação do coordenador da Rede de Urgência e Emergência (REUE), René Porto, da gerente de Enfermagem, Denise Dias, da coordenada de clínica médica, Ana Débora, e também da coordenadora da UPA, Ana Cristina Melo. O debate foi conduzido pela coordenadora de Vigilância Epidemiológica, Raulina Gomes, em seguida, a médica infectologista Fabrízia Dias Tavares fez apresentação sobre os sintomas clínicos da doença.
“A capacitação é uma forma de preparar e atualizar as equipes para saber identificar os casos suspeitos de Chikungunya. A Urgência está na linha de frente do atendimento quando a população adoece. Esse trabalho de capacitar já foi feito com equipes da Unidade de Pronto Atendimento Fernando Franco e agora estamos levando para o Nestor Piva. O intuito é esclarecer as dúvidas dos profissionais e orientar para que possam prestar melhor assistência a casos que possam vir a surgir, além disso possam fazer as notificações à Vigilância Epidemiológica”, explicou Raulina Gomes.
“A situação que temos hoje em Aracaju é de muitas dúvidas e alarmes falsos sobre a doença. A doença tem sintomas comuns a outras como Dengue pela questão da febre e das dores. Precisamos reforçar que nenhum caso foi identificado ainda no nosso Município e o que têm ocorrido são casos de Dengue com presença de manchas na pele e dores no corpo”, pontuou a coordenadora de Vigilância Epidemiológica, reforçando que mesmo assim, a Dengue continua sendo prioridade para Saúde do Município, pois pela letalidade representa risco maior à saúde que a Chikungunya.
A infectologista Fabrízia Dias passou algumas orientações e reforçou que a doença causada por vírus do gênero Alphavirus – que em meio urbano é transmitida, principalmente por mosquitos do gênero Aedes como o mosquito transmissor da dengue. “Os principais sinais e sintomas da Chikungunya são febre de início súbito maior de 38,5ºC e artralgia (dor articular) ou artrite intensa com início agudo. Pode ocorrer, também, dor de cabeça, dores nos músculos e manchas vermelhas na pele. A diferença entre a Dengue a Chikungunya está em diversos aspectos como o quadro febril que é menos duradouro e as dores articulares que são constantes”, enfatizou.
“A Chikungunya assim como a Dengue pode afetar pessoas de qualquer idade ou sexo, mas os sinais e sintomas tendem a ser mais intensos em crianças, idosos, pessoas com doenças crônicas”, acrescentou a médica.
O vírus só pode ser detectado em exames de laboratório. São três os tipos de testes capazes de detectar o Chikungunya: sorologia, PCR em tempo real (RT‐PCR) e isolamento viral. Todas essas técnicas já são utilizadas no Brasil para o diagnóstico de outras doenças e estão disponíveis nos laboratórios de referência da rede pública. Até o momento, não existe um tratamento específico para Chikungunya. A recomendação é o repouso absoluto do paciente que deve beber líquidos em abundância. Os sintomas são tratados com medicação para a febre (paracetamol) e as dores articulares (antiinflamatórios).
A coordenadora da UPA, Ana Cristina Melo, avaliou que a reunião com as equipes e a oferta da capacitação foi muito proveitosa. “Temos tido um grande fluxo de pessoas vindo a UPA e se queixando de dores e manchas no corpo. Acompanhamos a apresentação da infectologista e vimos que realmente os sintomas de Dengue e Chikungunya podem se confundir. Creio que levar as orientações para o restante da equipe de médicos vai fazer toda a diferença”, afirmou.
Fonte: Asscom SMS