por Rodolfo Torres do Congresso em Foco
O presidente do Conselho Federal de Medicina (CFM), Roberto d’Ávila, afirmou nesta quinta-feira (8) que os médicos brasileiros farão campanha contra os atos do governo federal para os próprios pacientes. De acordo com ele, esses profissionais entregarão panfletos após a consulta no quais estarão os posicionamentos da categoria em relação ao Programa Mais Médicos e à Lei do Ato Médico.
“O médico é um agente político que até agora estava muito tímido. Chegou a hora de os médicos mostrarem sua força”, afirmou. Ao lado de outros representantes da categoria, Roberto d’Ávila se reuniu nesta tarde com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL). Segundo d’Ávila, Renan se comprometeu a deliberar as matérias de forma democrática.
O deputado Eleuses Paiva (PSD-SP), ex-presidente da Associação Médica Brasileira e da Associação Paulista de Medicina, também esteve presente na reunião e explicou que o panfleto será elaborado a partir de amanhã, durante o Encontro Nacional das Entidades Médicas (Enem), na sede da Associação Médica de Brasília (AMBr). “Médico tem mania de fazer uma coisa longa demais. Tem de ser algo curto, fácil de ser entendido”, explicou o médico, que atendeu a presidenta Dilma Rousseff durante o tratamento de um câncer. O encontro vai discutir estratégias da classe médica para enfrentar o governo.
A reunião de Renan com os médicos ainda contou com a presença do deputado Jair Bolsonaro (PP-RJ), autor de um mandado de segurança impetrado no Supremo Tribunal Federal (STF). O congressista fluminense afirma que a medida provisória que cria o Mais Médicos não obedece aos requisitos constitucionais de relevância e urgência. Em suma: para Bolsonaro, o Mais Médicos deveria ser um projeto de lei e não uma medida provisória.
As insatisfações das entidades médicas com o Planalto estão na importação de médicos sem o exame de revalidação de diploma, o Revalida, prevista na medida provisória que cria o Mais Médicos; e com os vetos da presidenta Dilma Rousseff à Lei do Ato Médico. Dilma retirou desses profissionais a exclusividade de formulação do diagnóstico de doenças e da direção e chefia de serviços médicos. A categoria ainda pede uma carreira de Estado para atrair profissionais para as pequenas cidades do país.