NELSON BARROS NETO, DE SALVADOR – FOLHA DE SÃO PAULO
O médico que receitou “cadialina” para uma dona de casa de Salvador emagrecer foi afastado de suas funções nesta sexta-feira (9).
José Soares Menezes é contratado da Fundação José Silveira e percorre comunidades carentes da capital baiana em um posto móvel da entidade, que é conveniada à Secretaria de Saúde da Bahia.
O afastamento, segundo a fundação, terá a mesma duração da investigação.
Adriana Santos, 33, mostrou um receituário em que o médico recomenda “cadialina” para a mulher conseguir emagrecer. Ela conta que, ao perguntar sobre onde poderia encontrar o remédio, o médico indicou que ela procurasse um ferreiro e comprasse seis cadeados.
“Um para a sua boca, outro para a geladeira, outro para o armário, outro para o freezer, outro para o congelador e outro para o cofre de casa”, relatou ontem à Folha a mulher, que diz ter 1,53 m de altura e 100 kg.
O Conselho Regional de Medicina da Bahia recebeu ontem (8) a queixa da dona de casa e prometeu abrir uma sindicância para apurar se houve infração ao código de ética da profissão.
Adriana disse ter contado que não poderia fazer uma cirurgia de redução do estômago. O médico, de acordo com ela, afirmou que sua filha chegou a realizar o procedimento, mas, como continuou sem fazer regime, acabou engordando novamente. “Ele ainda falou que, se eu não quisesse os cadeados, o jeito seria fazer jejum em quatro dias da semana. E, nos outros três, só beberia água.”
Procurado, o médico limitou-se a responder: “Só usei uma linguagem figurada”.
Em entrevista à TV Itapoan, afiliada da Rede Record no Estado, o médico pediu desculpas “se foi mal interpretado” por Adriana.
“É uma paciente que tem compulsão por alimento. Infelizmente, ela vive numa comunidade que não tem capacidade de abstrair as coisas”, afirmou o médico à TV.
A paciente afirmou que não aceita o pedido de desculpas de Menezes e que já teve consulta com outro médico, que pediu exames.
ENTENDA O CASO
Médico receita cadeados para mulher conseguir emagrecer na BA
“Cadialina”. Esse foi o “medicamento” indicado por um médico para uma dona de casa de Salvador combater dores no fígado e conseguir emagrecer.
A paciente, Adriana Santos, 33, diz que, ao perguntar sobre onde encontraria o remédio, o médico José Soares Menezes recomendou que ela procurasse um ferreiro e comprasse seis cadeados.
“Um para a sua boca, outro para a geladeira, outro para o armário, outro para o freezer, outro para o congelador e outro para o cofre de casa”, relata a mulher, que diz ter 1,53 m de altura e 100 kg.
O caso ocorreu na semana passada em um posto móvel da Fundação José Silveira (conveniada à Secretaria de Saúde da Bahia) no bairro do Uruguai, onde Adriana mora, na periferia de Salvador.
Procurado, o médico limitou-se a responder: “Só usei uma linguagem figurada”.
A fundação reconhece que houve a consulta e afirma que iniciará uma investigação.
O Conselho Regional de Medicina da Bahia recebeu ontem a queixa da dona de casa e prometeu abrir uma sindicância para apurar se houve infração ao código de ética da profissão.
Adriana disse ter contado que não poderia fazer uma cirurgia de redução do estômago. O médico, de acordo com ela, afirmou que sua filha chegou a realizar o procedimento, mas, como continuou sem fazer regime, acabou engordando novamente.
“Ele ainda falou que, se eu não quisesse os cadeados, o jeito seria fazer jejum em quatro dias da semana. E, nos outros três, só beberia água.”
Em entrevista à TV Itapoan, afiliada da Rede Record no Estado, Menezes negou a segunda situação. O médico pediu desculpas “se foi mal interpretado” por Adriana.
“É uma paciente que tem compulsão por alimento. Infelizmente, ela vive numa comunidade que não tem capacidade de abstrair as coisas”, afirmou o médico à TV.
A paciente afirmou que não aceita o pedido de desculpas de Menezes e que já teve consulta com outro médico, que pediu exames.