Em maio deste ano, o governo do Estado iniciou as obras de reestruturação da Maternidade Hildete Falcão com o objetivo de melhorar o atendimento às famílias que necessitam do serviço, principalmente aquelas mais necessitadas. A notícia animou a comunidade médica sergipana, que elogiou a iniciativa por acreditar no papel social que ela representa.
Foi o caso do cirurgião vascular Rômulo Oliveira, que utilizou as instalações da maternidade enquanto aluno da Universidade Federal de Sergipe, à época em que ela estava em funcionamento. “Fui aluno da Universidade Federal e o hospital-escola maternidade era a Hildete. Então, a gente fazia toda atividade de prática obstétrica lá e também a parte de neonatologia. Além do fato histórico, ela serviu a várias gerações de sergipanos, representando um papel social imenso, pois sempre atendeu às populações mais carentes do estado”, opinou.
Ainda segundo Rômulo, as iniciativas do governo do Estado têm contribuído para reforçar o papel social que uma administração pública deve ter. “Essa ação do governador vale por um governo e eu vibrei muito com a notícia. Hoje, nós temos duas faculdades de medicina em Sergipe. Certamente, essas duas faculdades vão ter alunos ali. Imagine a importância disso, alunos de obstetrícia, enfermagem. Ela vai retomar a sua vocação histórica e acho também que, com isso, o governador reencontra-se com ele próprio, na origem social. Acho que isso é fundamental para o histórico do próprio governador. Ele está de parabéns”, reforçou.
Médico há 50 anos e com mais de 80 mil partos em seu currículo, o obstetra Raulino Gaurão Lima presenciou a inauguração e o fechamento da maternidade e disse que é muito gratificante poder acompanhar todo esse processo de reabertura. “Essa reabertura será benéfica principalmente para os mais pobres, pois saúde é uma coisa muito cara no Brasil. Justamente por isso, considero essa uma decisão de grande inteligência do governo do Estado, uma vez que com isso ele vai conseguir desafogar um ambiente especializado, que é a unidade Nossa Senhora de Lourdes, deixando-a livre para atender os casos que realmente apresentam alto risco. O secretário Almeida Lima realmente conseguiu montar uma equipe de médicos que têm profundo conhecimento de causa sobre a problemática da obstetrícia em Sergipe. Toda equipe está de parabéns”, congratulou.
As obras
A reestruturação, iniciada em maio, disponibilizará 55 novos leitos: 40 para a maternidade, 10 para a UTI Neonatal (UTin) e 5 para a Unidade de Cuidados Intermediários Neonatais (Ucin). Com a reabertura, prevista para correr ainda este ano, o atendimento às mulheres da capital e do interior será expandido. O investimento na obra é de aproximadamente R$ 2 milhões.
A unidade cumprirá o estratégico papel de receber parte das parturientes de baixa complexidade, que representam 25% do público atendido atualmente pela Maternidade Nossa Senhora de Lourdes (MNSL), destinada aos casos de alta complexidade e que realiza, por mês, cerca de 600 partos. Entretanto, a nova unidade também atenderá as crianças recém-nascidas que precisam de uma assistência imediata.
A estimativa é de que serão realizados 300 partos mensais na unidade, o que auxiliará também a diminuir a demanda atendida pela Maternidade Santa Isabel, que hoje realiza de 900 a 1.000 partos mensais.
Com a ampliação, além dos novos leitos, a estrutura da Hildete Falcão contará também com salas de raio-x, salas para a realização de exames de eletrocardiograma e ultrassom, um laboratório, um auditório e uma recepção com capacidade para até 40 pessoas.
O ambulatório de retorno do recém-nascido de alto risco (follow-up) da MNSL e o Banco de Leite Marly Sarney (BLH), que já funcionavam no local, retornarão ao prédio após a sua inauguração. O ambulatório de follow-up atende cerca de 1.400 crianças nascidas de forma prematura ou que apresentam alguma patologia. Lá, são atendidas crianças que apresentam situações de risco como ganho inadequado de peso ou bebês com algum tipo de patologia, a exemplo da microcefalia.
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Por ASN