O secretário nacional de Finanças do PT, Márcio Macêdo, declarou, nesta quarta-feira (22), que é favorável à pré-candidatura de Edvaldo Nogueira (PC do B) a prefeito de Aracaju, tendo como vice a ex-primeira-dama Eliane Aquino (PT). Ele pontuou que será esta a posição que sua corrente defenderá durante o encontro municipal do partido, no dia 6 de julho. O ex-deputado federal ressalvou ainda que irá trabalhar pela unidade do partido e que respeitará e acompanhará a decisão tomada pela maioria dos integrantes do PT sobre as eleições na capital.
“Minha posição inicial era por uma candidatura própria do PT. Infelizmente, não avançamos nisso. Nem Eliane se predispôs a ser, nem Ana Lúcia manteve a candidatura. Além disso, nem eu, nem Rogério Carvalho colocamos nossos nomes. Tinha espaço para isso. Mesmo com todo o ataque midiático e pressão contra o PT, a avaliação do partido em Aracaju é positiva. Lula continua tendo força e sendo referência política. A história de Marcelo Déda também se mantém muito presente. Mas, esse momento de discussão sobre candidatura própria passou. Então, entre os nomes colocados, defenderei no Encontro do PT, que o partido apoie Edvaldo Nogueira para prefeito e Eliane Aquino para vice”, afirmou ele durante entrevista à rádio Mix FM.
Para Márcio Macêdo, o nome do pré-candidato do PC do B reúne “condições objetivas de disputa e chances de vitória”, além do fato da aliança da sigla com o PT “ser consistente e histórica”. “O PC do B foi muito correto com o PT. Neste momento de golpe, promovido por Michel Temer, Eduardo Cunha e Romero Jucá, o PC do B não tergiversou. Esteve ao lado do PT defendendo o legado de Lula e apoiando a presidente Dilma e as transformações do país nestes últimos 13 anos”, destacou.
O secretário nacional lembrou que a aliança entre PT e PC do B existe desde 1989, tendo se tornado ainda mais forte em 2000, quando Marcelo Déda (PT) foi candidato a prefeito de Aracaju tendo Edvaldo Nogueira (PC do B) como vice.
“É uma aliança consolidada. Em 2000, vencemos a eleição com Déda e Edvaldo. Em seguida, eles foram reeleitos. Em 2008, Edvaldo foi candidato a prefeito, tendo um nome do PT, Silvio Santos, como vice. Estivemos junto no processo de transformação política e administrativa que a cidade experimentou. Temos afinidade do ponto de vista ideológico, do ponto de vista da esquerda, na parceria que já temos e na conjuntura atual. O melhor caminho pata o PT é essa parceria com Edvaldo. É o que vamos defender no encontro municipal no dia 6 de julho”, reforçou.
Ainda assim, Márcio reiterou que a posição da sua corrente “não significa nenhuma adesão incondicional, nenhum acordo espúrio, nem rompimento político”. Ele ainda ponderou que seguirá a decisão que for tomada pela maioria dos petistas. “Sou um quadro político disciplinado do PT. Nunca tomei decisão diferente do partido. Vou acompanhar a decisão que o meu partido definir. Mas irei trabalhar intensamente para a decisão final seja o apoio à chapa Edvaldo-Eliane”, ressalvou.
Apoio político
O dirigente do PT afirmou também que reconhece a autoridade política e a liderança do governador Jackson Barreto (PMDB) e que por isso defende que ele lidere este processo político na capital. “O governador tem todas as condições de liderar este processo para que a gente consiga ganhar a eleição. Espero que ele apoie a chapa Edvaldo-Eliane”, disse.
A entrevista de Márcio Macêdo encerra, desta forma, os boatos que davam conta de um suposto acordo para ocupação de cargos na administração estadual, como chegou a ser especulado por alguns setores da imprensa. “Não tenho nenhuma objeção a discussão de participação no governo, mas isso não aconteceu, não conversei sobre cargo, não condicionei ocupação em troca de apoio político”, disse.
“No início do governo de Jackson Barreto, quando o PT fez as tratativas através do presidente do partido, Rogério Carvalho, nosso campo político não foi incluído. Não temos qualquer participação no governo, mas isto não quer dizer que não apoiemos o governo. Nunca fiz crítica, mas defendi o governo JB. Acho que é a continuidade do governo iniciado por Déda. Jackson é uma liderança muito forte, o maior líder de esquerda do Estado, tem compromisso com as lutas do povo. Acompanhamos o governo dele, sem participação política. Mas não fizemos nenhum tipo de condicionamento a apoiar candidato A ou B. Isso é uma tentativa de desqualificar o debate”, complementou.
“Desgoverno”
Para Márcio Macêdo, a prioridade do debate deve ser a escolha do melhor projeto para Aracaju. “Não é momento de disputa pessoal ou de lideranças. É o momento de o partido construir a unidade. O que precisamos é pensar num projeto de desenvolvimento, crescimento e qualidade de vida para a capital. Não podemos deixar mais quatro anos do desgoverno do prefeito João Alves Filho”, afirmou.
Ele ainda ironizou as recentes medidas tomadas pela gestão municipal. “Tudo na gestão de João tem trata. É um BRT que não é BRT, é um congelamento do IPTU que não congela nada. É praça que está sendo reformada, que não precisava. Um desgoverno completo tomou conta da cidade, que perdeu a qualidade dos serviços”, criticou.
Neste sentido, o ex-deputado se disse “preocupado com os destinos de Aracaju”. “Qual é o melhor candidato para a cidade: O que quer discutir é que políticas públicas iremos defender para Aracaju, para resgatar o momento muito bom que a cidade viveu, quando Déda governou, tendo Edvaldo como vice, e que teve continuidade quando Edvaldo foi prefeito e Silvio foi o vice, apoiados por todos os partidos da nossa base. Temos que construir um projeto de mobilidade, de recuperação da Saúde, de atenção aos bairros mais pobres, de transformação da Educação municipal, que está agonizando. Não faz sentido estar na política se não for para mudar a vida das pessoas para melhor. A discussão sobre cargo ou participação em governo é uma discussão que respeito, é do jogo político, mas não faz está nas minhas prioridades, nem estou discutindo, nem quero discutir”, avisou.
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