A diferença salarial entre homens e mulheres no Brasil ainda é uma realidade. De acordo com o Relatório Anual de Informações Sociais (Rais) da Secretaria Especial de Previdência e Trabalho do Ministério da Economia, em 2017, os salários da classe feminina representavam, em média, 85,1% do que era recebido pela masculina.
Quando a comparação é feita entre homens e mulheres com nível superior completo, a desigualdade é ainda maior. Segundo o Ministério da Economia, a remuneração média para elas era de R$ 4.949,14 em 2017, enquanto para eles, era de R$ 7.678,53.
A desvalorização salarial e as múltiplas jornadas levam muitas mulheres a empreender, dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (PNAD Contínua) do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), de 2018, revelam que em Sergipe 95,8 mil pessoas do sexo feminino são proprietárias de um negócio. E dos quase 49 mil microempreendedores sergipanos, 48% são mulheres. Elas atuam principalmente em atividades de beleza, moda e alimentação.
“A dupla jornada é um dos fatores mais determinantes que incentivam a mulher a empreender. Ela acaba ficando muito presa indo para um emprego convencional e isso atrapalha o dia a dia dela. No momento em que ela abre o próprio negócio, passa a ser autora do próprio tempo. Ela controla melhor o que faz no negócio, em casa e com a família. Isso a torna autônoma para construir a jornada. Dentre as razões para o crescimento das mulheres no empreendedorismo estão que a mulher tem um desejo mais forte de ter independência. Também pelo histórico do sexo feminino na vida inteira, ela acaba tendo um desejo maior de protagonismo”, contou o especialista em empreendedorismo, Alexandre Porto.
Mesmo no ramo do empreendedorismo, elas continuam ganhando 22% menos que os homens, de acordo com o Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae). Em 2018, os donos de negócio tiveram um rendimento mensal médio de R$ 2.344, enquanto as empresárias ficaram com R$ 1.831.
Além dos salários menores, as dificuldades de crescer na carreira e o machismo no mundo empresarial estimulam que as mulheres busquem o próprio empreendimento. Esse preconceito empresarial tem diminuído, mas ainda existe no mercado.
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Por G1 Sergipe