A Secretaria de Estado da Segurança Pública (SSP), através da Polícia Civil, coloca nesta quarta-feira, 17, em funcionamento o Laboratório de Tecnologia Contra Lavagem de Dinheiro (LAB-LD). A cerimônia de inauguração da ferramenta aconteceu na Academia de Polícia Civil (Acadepol) e foi prestigiada pela secretária nacional de segurança pública, Regina Miki.
A Rede Nacional de Laboratórios Contra a Lavagem de Dinheiro (Rede-Lab) é um conjunto de laboratórios de tecnologia instalados no Brasil cuja principal característica é o compartilhamento de experiências, técnicas e soluções voltadas para a análise de dados financeiros, detecção da prática da lavagem de dinheiro, corrupção e crimes afins.
Sergipe passou a integrar oficialmente a rede no dia 30 de abril de 2014 a partir do momento em que delegada-geral, Katarina Feitoza, assinou, em Brasília, o acordo de cooperação que define a estruturação do laboratório contra lavagem de dinheiro no âmbito da Polícia Civil de Sergipe. Até março de 2015, serão 43 laboratórios em funcionamento em todos os Estados do País.
Instalados nas Secretarias de Segurança, Polícias Civis, Ministérios Públicos Estaduais e Receita Federal, os laboratórios utilizam soluções de análise tecnológica em grandes volumes de informações. Os laboratórios subsidiam investigações de casos de lavagem de dinheiro ou corrupção, que envolvam quebras de sigilo bancário de inúmeras contas, sigilos telefônico e fiscal, durante grandes períodos.
O Ministério da Justiça é o responsável pela entrega dos equipamentos (softwares e hardwares), treinamento dos policiais sergipanos que vão manusear as ferramentas tecnológicas, e capacitação em técnicas de análise. No laboratório de Sergipe foram investidos R$ 1.697.717,80. A unidade da Polícia Civil foi montada dentro do prédio da Empresa Sergipana de Tecnologia da Informação (Emgetis), localizada na avenida Adélia Franco, vizinho ao Palácio de Despacho.
“Temos apertado o cerco à lavagem de dinheiro e aos bens adquiridos de forma ilícita. Novas tecnologias para cruzamento de dados e acordos internacionais, inclusive com países que hospedam paraísos fiscais, estão quebrando a espinha dorsal do crime, que é praticado no mundo associado à corrupção e até mesmo ao terrorismo”, destacou a coordenadora do Laboratório contra a Lavagem de Dinheiro em Sergipe, delegada Danielle Garcia.
O secretário-adjunto da SSP, João Batista Santos Júnior, destacou que a data é histórica para a segurança pública do Estado. “O laboratório é um sonho que está se realizando. Desde a criação do Departamento de Crimes Contra a Ordem Tributária e Administração Pública (Deotaop) sabíamos que necessitaríamos de uma ferramenta com essa. Esse equipamento vai melhorar muito as nossas investigações e colaborar, sobremaneira, com todos os órgãos que trabalham com investigação de crimes econômicos”, disse o secretário.
A secretária Regina Miki falou das realizações da pasta em que comanda e pediu ao secretário João Batista que transmitisse suas felicitações ao governador Jackson Barreto pela vitória no pleito eleitoral deste ano e pelas mudanças que ele está implementando na administração do Estado. Ela parabenizou todas as pessoas envolvidas no projeto e disse que os laboratórios são ferramentas vitais no combate ao crime organizado.
“Organizações criminosas diferentes do poder público não precisam de reuniões, de leis. O policial hoje tem uma tarefa árdua, que não é apenas enfrentar com armas essas organizações, mas com inteligência. Começamos a trabalhar com o elemento surpresa, que é buscar afetar a organização naquilo que eles têm de mais caro: o bolso. O laboratório tem esse sentido, muito mais do que fazer experiências ele traz integração com os mais diversos setores do poder público para proteger o cidadão”, destacou.
Mapa da violência
Regina criticou as pesquisas que apontam o nível de violência nos Estados da Federação. “Já dei várias entrevistas em que os jornalistas me perguntam sobre o que acho de determinado Estado aparecer no topo da violência. Costumo responder que estas pesquisas passam uma linha reta em todos os Estados e não levam em conta fatores locais que são imprescindíveis para um resultado satisfatório. Como posso comparar a violência praticada em Sergipe e em São Paulo sem levar em conta fatores internos como efetivo policial, comunicação digital, inteligência, condições de trabalho, entre outros? No entanto, as pesquisas que estão sendo divulgadas têm metodologia única, o que dificulta uma análise mais aprofundada”, frisou.
Mais investimento
Durante a solenidade, o Governo de Sergipe recebeu do Ministério da Justiça um investimento de R$ 649.703,12 em armamentos, equipamentos de proteção e munições. Foram cinco Carabinas .30, 42 Pistola 15 tiros, 5 Metralhadoras 30 tiros, 5 Carabinas .40, 42 Escudos anti-tumulto, 42 Caneleiras anti-tumulto, 5 Carabinas 5,56mm, 15 Metralhadoras 30 tiros, 12 Carabinas .30, 2 Espingardas calibre 12, 5 Carabinas .30, 30 Pistolas 15 tiros, 8 Carabinas 5,56mm, 2 Espingardas calibre 12, 10 Escudos balísticos e 39.100 munições de vários calibres.
Também participaram da solenidade o coordenador da Rede Nacional de Laboratórios, Roberto Zaina, o coordenador de inteligência da Senasp, André Fagundes, delegada-geral da Polícia Civil, Katarina Feitoza, o diretor da Acadepol, Abelardo Inácio, o secretário-chefe da Controladoria-geral do Estado, Adinelson Alves, o promotor de Justiça Doutor Henrique, representando a Procuradoria-Geral do Estado.
Fonte: SSP/SE