A Justiça Federal de Itabaiana, em Sergipe, determinou a quebra do sigilo bancário do jogador Diego Costa. A determinação atendeu a um pedido da Polícia Federal do estado, depois que o atleta não conseguiu explicar, na visão dos investigadores, sua relação com a empresa Esportenet, investigada pela operação Distração por suspeita de evasão de divisas e lavagem de dinheiro. Os pedidos contemplam contas bancárias do atleta na Espanha.
A determinação já está tramitando internacionalmente, mas ainda não tem prazo para resposta. O pedido foi feito após Diego Costa ter prestado depoimento à polícia, no fim do ano passado. Questionado sobre sua relação com a empresa, ele afirmou que era cliente do site de apostas. Disse que sua relação era como consumidor (no entanto, não soube informar qual era seu login e senha usados para acessar o serviço). Na visão da PF, a dinâmica das movimentações financeiras entre Diego e integrantes do grupo mostra um volume de transferências incompatível com esta versão.
A suspeita dos investigadores é que o atacante atue como financiador da empresa de apostas, com sede em Aracaju. Ele negou essa relação durante depoimento. Duas outras empresas são investigadas, uma delas com sede num paraíso fiscal nas Ilhas Britânicas.
Em outros depoimentos colhidos, investigados afirmaram que parte dos recursos enviados para fora do país seria para a compra de criptomoedas. A suspeita dos policiais é que as transações sirvam para mascarar o envio de dinheiro para fora do país, de forma ilegal, incluindo a ação de doleiros.
A Esportenet tem três sócios. Um deles é da família de Diego Costa, Reinan Nascimento dos Santos, dono de um clube de futebol em Lagarto, cidade onde nasceu o jogador. No ano passado, a PF deflagrou duas fases da operação Distração, em que foram expedidos mandados de busca e apreensão para endereços ligados ao grupo. Também foram apreendidos mais de R$ 13 milhões, que segundo as investigações, seriam fruto do esquema criminoso.
Saída do Atlético-MG
O pedido de rescisão de Diego Costa do Atlético-MG, no início deste ano, não atrapalha, em tese, as investigações. Mesmo que ele deixe o país, a PF afirma que ele já prestou as informações necessárias nesta fase das investigações. O atacante está, neste momento, sem clube e, segundo pessoas ligadas a ele, consultadas pelo blog, o atleta está no Brasil.
Defesa do jogador
Em nota, a defesa técnica do atleta Diego Costa afirmou que acompanha de perto o desenrolar das investigações relativas à Operação Distração, e que não tem nada a declarar, até o momento quanto ao pedido de quebra de sigilo bancário internacional.
“Eis que que a medida cautelar não lhe traz surpresa alguma, sendo, portanto, apenas uma fase seguinte no cronograma investigativo, que tem o propósito de confirmar as declarações prestadas pelo jogador à Polícia Federal, após ele ter informado ao delegado que abriria mão dos seus sigilos. Com efeito, vale informar que a quebra internacional de sigilo demanda uma burocracia considerável, passando por diversos órgãos dos governos e justiça dos dois países envolvidos”, foi exposto.
Dessa forma, a defesa afirma que o jogador nunca foi financiador ou teve qualquer outra ligação com o site de apostas investigado, que não seja a de consumidor, na qualidade de apostador e que aguarda os resultados das novas diligências determinadas para se posicionar.
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